A importância das habilidades socioemocionais nas escolas

Mais do que notas, os estudantes precisam trabalhar em sala de aula conteúdos que vão aplicar em todas as áreas de suas vidas

Ficou no passado o tempo no qual os alunos iam até a escola apenas aprender Português, Matemática e outras disciplinas-chave para conseguir uma boa posição no vestibular. Hoje, muito mais do que notas, os estudantes trabalham em sala de aula conteúdos que vão aplicar em todas as áreas de suas vidas. Alguns desses saberes são as habilidades socioemocionais, que foram definidas como obrigatórias no ensino básico pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento normativo homologado em 2017.

No Colégio Anglo-Brasileiro, em Salvador, o desenvolvimento dessas habilidades é parte do Projeto Político-Pedagógico, das séries iniciais ao Ensino Médio, desde sua fundação, há mais de 28 anos. Para o Anglo, auxiliar os alunos na formação socioemocional é um elemento fundamental que prepara as crianças e os jovens não apenas para que tenham bons resultados em suas escolhas profissionais, mas, também, que garante a eles um estar no mundo de forma consciente, responsável e plena. “Todas as habilidades impactam na vida de cada estudante e em suas ações, tanto na parte cognitiva quanto no cotidiano como cidadão, e interferem também em seu desempenho acadêmico”, explica Francisca Salomão, uma das diretoras do Colégio e coordenadora do Núcleo de Atuação Psicopedagógica (NAP) da instituição.

 

 

Formas de atuação

Dentre as habilidades socioemocionais, se destacam o autoconhecimento e a capacidade de lidar com as próprias emoções, as formas de se relacionar com o outro de maneira empática e colaborativa, o desenvolvimento do pensamento crítico, científico e criativo, e o saber tomar decisões.

No Anglo, as formas de atuação para desenvolver essas e outras habilidades nos estudantes ficam sob os cuidados do NAP, uma equipe formada por psicólogas e psicopedagogas, e da equipe escolar inteira. Assim, todos se envolvem nas atividades voltadas para formação dos alunos. 

Algumas das atividades realizadas são palestras e rodas de conversa, o auxílio na organização do plano de estudos para o desenvolvimento acadêmico, acompanhamento específico para estudantes que precisam de apoio extra-escolar e outros projetos individuais e coletivos. Um dos destaques da atuação do NAP é o Projeto de Orientação Profissional, realizado com os alunos do 2º ano do Ensino Médio.

 

 

Diferencial na trajetória profissional

No Projeto de Orientação Profissional, os alunos participam de uma série de encontros, bate-papos com profissionais de diversas áreas e ex-alunos, visitas a universidades (presencial/virtual), dentre outras ações, com o objetivo de se conhecer, reconhecer as diversas possibilidades e avaliar qual a decisão mais assertiva para o momento. As habilidades socioemocionais são trabalhadas em todas as etapas desse processo, auxiliando o indivíduo a fazer escolhas mais conscientes para seu projeto de vida e, no futuro, tornando-se um diferencial competitivo no mercado de trabalho. “Sabemos que o ambiente de trabalho demanda o domínio de habilidades socioemocionais importantes, como cooperação, resolução de problemas complexos, postura empática, pensamento crítico e argumentativo, liderança, trabalho em equipe, criatividade, resiliência, enfim, competências e habilidades que vão para além do conhecimento técnico”, pontua Francisca.

A coordenadora explica ainda que, em sua essência, o Anglo tem como propósito a formação humana dos alunos, atento à individualidade de cada um e, também, ao seu papel no espaço coletivo. A partir dessa premissa, a instituição considera que, não somente as habilidades cognitivas são primordiais para que esse indivíduo atue na sociedade de modo cooperativo, mas que cada um busque contribuir para além de si. “Olhar para o outro e para o planeta, e se sentir responsável por mudanças positivas que possam impactar no modo de vida de todas as pessoas”, enfatiza Francisca.

Ela destaca que, com o avanço da automação e da utilização da inteligência artificial, o profissional que consegue gerir suas emoções está mais apto para lidar com seu mercado, que é o mundo inteiro. “Esse é o perfil do profissional que se busca atualmente e no futuro”, reforça.

 

Pandemia motiva aluna a criar plataforma online de apoio psicológico (Crédito: arquivo pessoal)

 

Bons exemplos

Os frutos desse trabalho já são colhidos na rotina escolar. O que não falta no Anglo são alunos engajados, ativos, em busca de soluções para problemas que afligem a sociedade. Um dos exemplos mais recentes é da aluna Clara Tripodi, que cursa o 3º ano do Ensino Médio. Clara e uma colega criaram a Me Conta?, uma plataforma online, totalmente gratuita, para oferecer apoio psicológico e emocional para alunos do Ensino Médio. “A motivação para esse projeto foi justamente a pandemia que estamos vivendo, em que vemos um aumento de 10% na evasão escolar nas redes públicas de ensino, e crescimento exponencial dos casos de ansiedade e depressão entre jovens”, pontua Clara.

Na plataforma, estudantes de Psicologia voluntários, orientados por profissionais sêniores da área, realizam sessões de acolhimento, orientação profissional e apoio com rotina de estudos. Recém-lançada, a Me Conta? atende jovens do Brasil inteiro.

 

Habilidades socioemocionais na pandemia

Sentimento de frustração, enfrentamento de desafios, novas aprendizagens, resiliência, criatividade, empatia. A pandemia do Covid-19 mudou a realidade de todos e trouxe um misto de sensações que nunca havia sido experimentado antes. Por isso, neste momento inédito da geração atual, pensar nas questões socioemocionais e colocá-las em prática se tornou ainda mais importante. No Anglo, as ações foram ampliadas, indo além da sala de aula e alcançando, até mesmo, professores e funcionários. Afinal, uma comunidade consciente e empática encara melhor as mudanças.

Foram realizadas pesquisas com todos os segmentos da escola (alunos, professores, funcionários e famílias) para a melhor compreensão de como cada um estava vivenciando este momento, e também encontros virtuais, individuais e coletivos. Os encontros semanais contemplados no Espaço de Construção Coletiva (ECC) para as séries do Ensino Fundamental proporcionaram momentos de compartilhamento de emoções e construção de estratégias de enfrentamento. “As reuniões pedagógicas, os Conselhos de Classe, as reuniões de departamento, as ações diretas do NAP com os alunos e famílias contribuíram para a continuidade deste trabalho”, diz Francisca. 

A valorização do trabalho com as competências socioemocionais na escola traz um novo olhar para o sujeito da aprendizagem para que cada indivíduo possa colaborar e construir uma sociedade mais humana, justa e colaborativa.  

 

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