Setembro Amarelo: sinais preocupantes de depressão e a necessidade de buscar ajuda

No Setembro Amarelo, reforçamos a importância de reconhecer os primeiros sinais da depressão e a urgência de buscar tratamento para prevenir desfechos trágicos.

 

Em meio ao Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio e à promoção da saúde mental, é crucial estarmos vigilantes sobre os sinais de alerta que podem indicar a presença de uma depressão profunda. A tristeza faz parte da vida e, de tempos em tempos, todos nós podemos sentir essa sensação. Afinal, sentir-se triste é uma emoção natural, que nos ajuda a crescer e a nos adaptar às adversidades.

Porém, quando essa tristeza persiste, trazendo consigo sentimentos de dor e desesperança que não parecem melhorar, é um sinal de que algo mais sério pode estar ocorrendo, como a depressão. Identificar esses sinais precocemente e buscar um diagnóstico pode ser fundamental para evitar que a depressão se agrave e impacte significativamente a qualidade de vida, levando, em casos extremos, ao risco de suicídio. "É comum observarmos pacientes em estados depressivos severos que, por não terem identificado ou tratado a depressão a tempo. Muitas vezes, essa demora em buscar ajuda é o que torna a situação tão crítica", alerta o psiquiatra e psicogeriatra Lucas Alves Pereira.

Segundo o Dr. Lucas, a depressão se desenvolve em diferentes graus e pode se agravar com o tempo, caso não seja tratada adequadamente. Estatísticas mostram que a depressão não tratada pode reduzir a expectativa de vida em até 10 anos, e a maioria das pessoas que comete suicídio já possuía algum transtorno mental, sendo a depressão um dos mais prevalentes.

 

Atenção aos sinais

A depressão pode se manifestar através de uma variedade de sintomas, sendo os mais comuns:

  • Humor deprimido: Sentimento de tristeza profunda que persiste na maior parte do dia, muitas vezes desproporcional às circunstâncias.
  • Perda de interesse: Diminuição ou ausência de prazer em atividades que antes eram prazerosas.
  • Fadiga extrema: Sensação constante de cansaço e falta de energia, mesmo para tarefas simples.
  • Mudanças no apetite e sono: Alterações significativas no peso, insônia ou excesso de sono.
  • Pensamentos sobre a morte: Ideação suicida ou preocupação constante com a morte.

 

Fatores de risco e a necessidade de intervenção

Circunstâncias como traumas, doenças crônicas, e fatores genéticos podem aumentar a vulnerabilidade à depressão. No entanto, o fator mais determinante para evitar que esses riscos resultem em tragédias é a busca precoce por ajuda. A solidão, o isolamento social, e eventos estressores são fatores que podem desencadear a depressão, especialmente em indivíduos com predisposição genética. "Cada indivíduo possui um nível de resiliência, mas todos nós podemos nos beneficiar de um suporte adequado quando enfrentamos momentos difíceis. A depressão é uma condição séria, mas com o tratamento adequado, é possível alcançar a recuperação e prevenir desfechos trágicos", conclui o Dr. Lucas.

Ficar atento aos sinais, conversar, e, acima de tudo, não hesitar em buscar ajuda é fundamental. A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e cuidar dela pode ser a diferença entre a vida e a morte.

 

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