Enxaqueca: atinge mais mulheres do que homens. Confira as causas e os sintomas
A enxaqueca é uma condição clínica caracterizada pela predisposição a crises recorrentes de dor de cabeça e tem algumas características, como a dor latejante em um, ou nos dois lados da cabeça, intensidade, intolerância à luz e ao barulho, enjoo e vômitos.
Segundo os especialistas, o que se sabe sobre a enxaqueca é que há uma importante carga genética que leva a uma resposta anormal dos vasos sanguíneos cerebral a diversos estímulos, que podem ser externos, como através da alimentação, ou interno, como o ciclo menstrual.
Por isso, é importante reconhecer a enxaqueca ainda na infância, adolescência ou início da vida adulta, principalmente em filhos de pessoas que sofrem com isso, para que possa receber tratamento adequado e preventivo, evitando que as crises apareçam e a enxaqueca de desenvolva para um estágio crônico.
“A enxaqueca não é uma condição grave, mas pode causar sofrimento considerável ao indivíduo, com grande repercussão na sua qualidade de vida e capacidade de trabalho. Por isso, não deve ser minimizada esperando que "vai melhorar sozinha". Existe, hoje, uma constelação de medicações que pode devolver ao indivíduo a qualidade de vida que ele merece”, explica o neurologista e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jamary Oliveira Filho
A enxaqueca atinge mais mulheres do que homens: uma em cada cinco mulheres e somente um em cada doze homens. Os médicos acreditam que esse motivo se deve ao hormônio sexual da mulher, que funciona como um dos gatilhos da dor.
É antes e durante o ciclo menstrual, na SPM (Síndrome Pré Menstrual), que a enxaqueca costuma aparecer, mas fatores como endometriose, ovários policísticos e reposição hormonal também desencadeiam as crises.
Outros gatilhos da dor:
• Preocupações excessivas, ansiedade, tensão, estresse
• Ficar sem comer por muito tempo
• Insônia ou noite mal dormida
• Irritação e alterações de humor
• Excesso de cafeína
• Falta de atividade física
• Uso excessivo de analgésicos
Alguns alimentos também podem agravar a enxaqueca: excesso de chocolate, frutas cítricas, alimentos muito gelados, gordurosos, condimentados e ricos em glutamato monossódico (salgadinhos, molhos, adoçantes).
Os sintomas mais comuns:
• Sensibilidade à luz, cheiros e barulho
• Náuseas e vômitos
• Sintomas visuais, como pontos luminosos escuros, linhas em ziguezague que antecedem ou acompanham as crises de dor (são chamados de “auras” da enxaqueca)
• Formigamento e dormência no corpo
• Tonturas e sensibilidades a movimentos, como em viagem de carro, barco, ônibus
Tratamento
Dor de cabeça atinge praticamente todo mundo, em algum momento da vida. Uma dor leve, e que responda rapidamente a medicamentos simples (em menos de uma hora), não precisa de avaliação médica.
Mas quando escapa dessa situação, é indicado procurar um neurologista para diferenciar se é uma dor de cabeça simples ou sintoma de motivos mais graves, como um tumor cerebral ou malformação arterial.
Como evitar que a enxaqueca volte
Modificar os hábitos de vida pode melhorar em mais de 50% as crises de dor. A sugestão é manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, ter um sono tranquilo, e evitar os fatores de gatilho da dor.
Para aqueles que não melhoram completamente, existem tratamentos preventivos com medicações que evitam ou reduzem a frequência das crises, devolvendo a qualidade de vida. Mas é importante ter acompanhamento e diagnóstico do médico neurologista.
Fontes consultadas: neurologista Jamary Oliveira Filho e Ministério da Saúde (fonte: Sociedade Brasileira de Cefaleia)