Por que a atividade física é importante na prevenção e combate ao câncer

A atividade física tanto ajuda a combater fatores negativos, como estimula fatores que interferem positivamente na prevenção e no tratamento do câncer

 

Todo mundo sabe que praticar atividade física é fundamental para a saúde física e mental. Mas o que pouca gente deve saber é que fazer exercícios também é parte importante para prevenir e diminuir as chances de câncer, além de ser fundamental no tratamento da doença.


Alguns tipos de câncer, como cólon, mama, endométrio, bexiga, rins, esôfago, estômago e pulmão, já foram comprovados em estudos que são beneficiados com a prática da atividade física. “Não que os outros tipos de câncer não sejam, mas esses são os que possuem mais dados que confirmam essa relação. Nos demais tumores os estudos ainda não foram concluídos”, explica a oncologista Renata Cangussu, especialista em tumores femininos e oncologia integrativa.

E como a atividade física atua na prevenção do câncer? De acordo com a oncologista, a atividade física é importante de várias maneiras:

 

Combate a obesidade, que é um grande fator de risco para o câncer

Interfere na produção de hormônios, como testosterona e estrogênio, que estão envolvidos na causa de alguns tipos de tumores

Possue ação anti-inflamatória, o que beneficia muito, uma vez que a inflamação crônica dentro das células favorece o surgimento de diversas doenças crônicas, entre elas o câncer

Melhora a imunidade fazendo com que o organismo tenha maior capacidade de corrigir eventuais danos que acontecem nas células que são expostas a agentes carcinogênicos

Reduz os picos de insulina, que estimulam a produção de fatores de crescimento que favorecem o aparecimento do câncer

 

E qual a recomendação diária de atividade física?

 

 

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), no mínimo são 150 minutos de atividade aeróbica moderada, associados a dois dias de um exercício de resistência. E com 300 minutos por semana (a meta ideal), a proteção da atividade física aumenta. “Mas qualquer atividade física, por mínima que seja, é favorável, uma vez que reduzir o sedentarismo sempre traz benefício”, orienta a oncologista.

 

A importância da atividade física durante o tratamento 

Dra. Renata explica que a atividade física também é recomendada para o paciente em tratamento de câncer por exercer um papel fundamental no controle de sintomas induzidos pelo tratamento oncológico, difíceis de tratar com estratégia medicamentosa, como é o caso da fadiga, por exemplo, um dos sintomas mais frequentes. “Diversos estudos já mostraram que a atividade física reduz a mortalidade em cerca 40% em vários tipos de neoplasia, tanto de forma geral, como induzida pelo câncer. Poucas quimioterapias conseguem benefício semelhante”, reforça Dra. Renata.

Além disso, a oncologista orienta que é imprescindível que o paciente oncológico se mantenha ativo após o diagnóstico para melhorar os efeitos colaterais e reduzir a mortalidade. Mas, infelizmente, diz a médica, atualmente, menos da metade se exercita regularmente. “Recentemente, foi publicado um estudo brasileiro que sugere que o médico, além de ter um papel importante em levar esses dados para seus pacientes, pode ajudar a melhorar a taxa de pacientes oncológicos ativos, estimulando a prática de atividade física e prescrevendo hábitos saudáveis”, conclui a oncologista.

 

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