Preciso tomar uma decisão importante, e agora?

Psicóloga esclarece pontos que devem ser avaliados e que podem ajudar na tomada da decisão

 

Na nossa vida, a todo momento precisamos tomar decisões, desde as mais simples do dia a dia, até as mais importantes ou difíceis, que podem impactar em diversas áreas, seja na nossa vida ou na vida de outras pessoas.

São decisões que nem sempre são fáceis de tomar e, por vezes, pode nos deixar indecisos quanto ao momento ou ao impacto que vão causar. Pode ser uma mudança de cidade; mudança de emprego; o início ou término de um relacionamento; um redirecionamento de carreira; a compra de um imóvel; a escola de um filho; como administrar a renda familiar mensal; contratação ou demissão de uma pessoa, e por aí vai.

A psicóloga Manuela Cordeiro, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, Logoterapia, e Análise Existencial, esclarece que há uma imensa gama de possibilidades de tomada de decisão ao longo da vida, e algumas vão exigir um tempo hábil para a decisão, já outras vão exigir uma resposta rápida, quase intuitiva. “Algumas escolhas se tornam mais difíceis, como por exemplo, quando tem caráter de permanência, ou seja, quando é uma decisão que fará parte da sua vida por muitos anos, quando são definitivas, ou pela carga de investimento relacionada, seja investimento afetivo, de tempo, de esforço, ou financeiro”, explica.

Ela destaca, ainda, que a decisão se torna mais difícil quando envolve pessoas a quem amamos ou somos responsáveis por elas. “Dessa forma, é uma decisão que não impacta somente na nossa vida, mas na vida de outras pessoas, e esse é um critério importante quando tomamos uma decisão”.

 

 

Como decidir?

A psicóloga explica que avaliar alguns pontos vai ajudar no processo da tomada da decisão:

• O primeiro ponto é o “para quê”? Ou seja, qual o sentido de tomar essa decisão, de seguir esse caminho, e não as outras possibilidades;

• Também é importante avaliar como essa decisão vai impactar outros significantes da sua vida. Seja pessoas a quem você ama, ou pessoas por quem tem alguma responsabilidade. “Observar isso vai auxiliar a tomar decisões que não sejam somente autocentradas, mas com o olhar também para o outro, pois algumas decisões vão impactar na família, ou na vida de outras pessoas”, orienta a psicóloga;

• A coerência também é outro aspecto importante que precisa ser avaliado. Você deve ser perguntar se essa decisão é coerente com o seu propósito de vida e com os seus valores mais profundos.  “Uma decisão coerente, mesmo que não seja o caminho mais fácil, tem uma maior possibilidade de ter resultados de realização”, esclarece Manuela;

• Outro ponto de atenção é observar como essa escolha se configura no espaço de tempo específico da sua vida, analisando de acordo com a sua realidade atual, observando várias dimensões da vida (afetiva, familiar, financeira, profissional), e tendo consciência do que é mais importante, qual a decisão que está de acordo com os seus deveres atuais e projetos futuros; 

• A psicóloga também alerta que é fundamental evitar tomar decisões com base somente nas emoções: estar triste, ou feliz, chateado, com raiva, ansioso, desesperado, com medo ou irritado. “É importante observar que algumas decisões importantes de nossas vidas podem exigir um tempo de sofrimento inevitável, por isso não é recomendado deixar que tão somente as emoções guiem nossos passos”. Ela alerta que as emoções podem mudar, já que envolvem outros aspectos. “Podem ser em decorrência de experiências negativas anteriores, pessoais ou de outras pessoas; em função de uma situação específica do momento, que pode ser modificada; por causa de pensamentos negativos ou catastróficos nem sempre reais”;

 

 

• Algumas decisões vão exigir coragem de dar passos que, por vezes, não saberemos onde vão nos levar, pois há um caráter de imprevisibilidade na vida. “Mesmo que nos planejemos muito, a vida nos surpreende. O medo e a ansiedade diante de uma decisão podem nos paralisar. E um dos modos de vencer o medo é enfrentá-lo, pois a paralização pode impedir que você realize o que deveria fazer”, orienta a psicóloga;

• Algumas decisões, como as familiares, por exemplo, devem ser tomadas em conjunto pois envolvem a responsabilidade de outras pessoas. “Em alguns momentos podemos assumir a responsabilidade da decisão toda para nós, quando deveria ser compartilhada com outras pessoas a quem também cabe essa responsabilidade”, adverte a psicóloga.

 

Escrever os prós e os contras

A psicóloga também indica o exercício de escrever em uma folha de papel os prós e os contras da decisão, separando em duas colunas. Segundo ela, escrevendo e separando dessa forma, ajuda a refletir e a avaliar, visualizando melhor os critérios no processo de decisão.

 

Não precisa sofrer sozinho

Mas é importante avaliar a necessidade de buscar a ajuda de uma pessoa de confiança, ou auxílio profissional, quando perceber que não está se sentindo capaz de tomar a decisão sozinho, ou que essa decisão está causando sofrimento, angústia ou dúvidas. “Mas não esqueça que ninguém poderá decidir por você. Cada um é livre e responsável para decidir as respostas que vai dar às convocações que a vida lhe fizer”, orienta a psicóloga.

 

 

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