Reconstrução da mama: um recomeço para a autoestima da mulher

A reconstrução da mama ajuda a recuperar a autoestima e a qualidade de vida das mulheres após a mastectomia. Especialista esclarece os tipos de reconstrução e contraindicações.

 

A mastectomia, que envolve a retirada parcial ou total das mamas para tratar o câncer de mama, muitas vezes impacta profundamente a feminilidade e a autoestima das mulheres. Esse abalo emocional pode levar a outras complicações, como a depressão. No entanto, a cirurgia de reconstrução mamária oferece uma oportunidade de recuperação não apenas física, mas também emocional.

De acordo com a cirurgiã plástica Amália Spector, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a maioria das mulheres que passam pela mastectomia pode se beneficiar da reconstrução mamária, encontrando na cirurgia uma chance de retomar o bem-estar com o próprio corpo. "A reconstrução de mama é um direito de todas as mulheres. Ela visa não apenas a restauração da aparência, mas também a qualidade de vida e autoestima da paciente. Como médicos, nosso papel é empregar as melhores técnicas disponíveis para ajudar nesse processo de recomeço", afirma a cirurgiã.

 

Tipos de reconstrução

Existem diversas técnicas para a reconstrução mamária, sendo as mais comuns o implante de prótese de silicone, o uso de expansores de pele, ou a transferência de retalhos cutâneos. A escolha do método varia conforme a extensão da retirada de tecido, o tamanho e a forma da mama original, além de outros fatores específicos da paciente.

"A decisão é sempre personalizada, e cabe ao médico e à paciente discutir as vantagens e desvantagens de cada técnica para chegar à melhor solução", destaca Amália Spector.

 

Momento da reconstrução

A reconstrução pode ser realizada de maneira imediata, durante a mesma cirurgia de retirada do tumor, ou em um momento posterior, conhecido como reconstrução tardia. "Quando as condições clínicas permitem, a reconstrução pode ser feita ao mesmo tempo da mastectomia. Caso contrário, é possível esperar até que a paciente se sinta preparada para optar pela cirurgia", explica a cirurgiã. O importante, segundo ela, é que o procedimento esteja alinhado com o bem-estar físico e emocional da mulher.

 

Impacto na função mamária

Após a mastectomia, a função natural da mama de produzir leite é perdida. Ainda assim, a reconstrução restaura a aparência e a sensação de feminilidade, o que pode ser fundamental para a autoimagem e a sexualidade da mulher.

“A mama representa um símbolo de feminilidade. Reconstruir essa parte do corpo é devolver à mulher a confiança, a aceitação pessoal e a capacidade de se relacionar melhor consigo mesma e com sua sexualidade”, conclui Amália.

 

Contraindicação

Em alguns casos, a reconstrução pode não ser indicada. Entre os motivos estão condições clínicas que elevam os riscos cirúrgicos, como doenças cardíacas descompensadas, ou em situações em que o câncer se encontra em estágio avançado, e a cirurgia não tem mais um caráter curativo. É importante lembrar que a mastectomia não garante a eliminação completa do risco de um novo câncer de mama, e por isso o acompanhamento médico contínuo é essencial.

 

Leia também:

Imonuterapia x câncer de mama