A expectativa de vida aumentou e as pessoas estão vivendo mais. Como envelhecer de forma saudável e ativa?
Nesse Dia Internacional do Idoso o alerta vai para a constatação de que as pessoas, em todo o mundo, estão vivendo mais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A expectativa de vida aumentou 16 anos nos últimos 45 anos, de acordo com relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), publicado em 2017.
A previsão é que em 2020 o número de pessoas com 60 anos ou mais será superior ao de crianças com menos de cinco anos, e em 2050 a expectativa é que essa população chegue a 2 bilhões de pessoas, 80% delas vivendo em países de baixa e média renda.
E, segundo a OMS, todos os países enfrentam grandes desafios para garantir que seus sistemas sociais e de saúde estejam prontos para essa mudança, para que os idosos possam envelhecer de maneira saudável e ativa.
No Brasil, a população idosa já é de cerca de 29,6 milhões de pessoas. E com o objetivo de levar qualidade de vida a essa população, e promover um envelhecimento saudável e ativo, o pais lançou, em 2018, em parceria com a OMS e com a Opas, a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa, com foco nos idosos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, que tem 6 milhões de inscritos.
No projeto, o Brasil se comprometeu a atender às recomendações da OMS para avaliação e desenvolvimento dos Planos de Ação voltados à adaptação das cidades e às necessidades dos idosos, envolvendo oito domínios da vida urbana que influenciam na saúde e na qualidade de vida dos idosos:
Espaços ao ar livre e edifícios; transportes; habitação; participação social; respeito e integração social; participação cívica e emprego; comunicação e informação; apoio da comunidade e serviços de saúde.
Orientações do Ministério da Saúde reforçam que além das mudanças biológicas, o envelhecimento também está associado a outras transições de vida, como a aposentadoria, mudança para uma moradia mais apropriada e a morte de amigos e parceiros.
E ao desenvolver uma resposta de saúde pública para o envelhecimento, é importante não apenas considerar abordagens que melhoram as perdas associadas à idade avançada, mas também aquelas que podem reforçar a recuperação, a adaptação e o crescimento psicossocial.
Uma vida mais longa traz também traz mais oportunidades, não só para os idosos e suas famílias, mas para a sociedade como um todo. Afinal, mais anos de vida fornecem possibilidade de buscar novas atividades, como educação, uma nova carreira, e novas relações pessoais, com parceiros e famílias.
Abuso e preconceito
Uma das barreiras a serem quebradas para garantir um envelhecimento saudável são os estereótipos e preconceito com pessoas idosas, frequentemente consideradas frágeis ou dependentes, ou mesmo um fardo para a sociedade.
De acordo com diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS a saúde pública, e a sociedade, de forma geral, precisam abordar essas e outras questões, que podem levar à discriminação e afetar a forma como as políticas são desenvolvidas.
Um estudo apoiado pela OMS, publicado em 2017, mostrou que um em cada seis idosos sofre alguma forma de abuso – número maior do que o estimado anteriormente. E a previsão é que esse número aumente à medida que as populações envelhecerem.
Segundo a pesquisa, envolvendo 52 estudos em 28 países de diferentes regiões, incluindo 12 países de baixa e média renda, 16% das pessoas com 60 anos ou mais sofrem abusos psicológicos (11,6%), abusos financeiros (6,8%), (4,2%), abusos físicos (2,6%) ou sexuais (0,9%).
Cuidados para um envelhecimento saudável
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 20% do processo de envelhecimento se devem a fatores genéticos, 20% são influências ambientais, e 60% se devem às escolhas que fazemos ao longo da vida.
E promover um envelhecimento saudável, e com qualidade de vida, é um grande desafio, que para ser alcançado de modo amplo, tem que combinar:
• Atividade física;
• Atividades que estimulem a memória;
• O tratamento de patologias coexistentes;
• Combate, ou o controle, de fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes, hipertensão, o estresse e o consumo de bebidas alcóolicas;
• Manter bons hábitos sociais e familiares, incluindo hobbys e atividades de lazer
À medida que a população envelhece aumentam também as doenças que têm associação com o envelhecimento, como as síndromes demenciais, especialmente a doença de Alzheimer, e a doença vascular. E evitar os fatores de risco é muito importante, assim como cuidar da alimentação ao longo da vida.
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