Campanha Nacional da Voz completa 26 anos
“Nós Cuidamos da Sua Voz para o Mundo Todo Ouvir!” Esse é o foco da 26ª Edição da Campanha Nacional da Voz que tem como objetivo conscientizar sobre a importância dos cuidados com a voz, destacando especialmente a necessidade de diagnóstico precoce das doenças vocais, como o câncer de laringe.
“Nós Cuidamos da Sua Voz para o Mundo Todo Ouvir!” Esse é o foco da 26ª edição da Campanha Nacional da Voz, iniciativa conjunta da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL/CCF).
Com grande destaque na mídia e apoio de personalidades, como Miguel Falabella, Xandy de Pilares, Adriana Calcanhoto, dentre outros, a campanha tem como objetivo conscientizar sobre a importância dos cuidados com a voz, destacando especialmente a necessidade de diagnóstico precoce das doenças vocais, como o câncer de laringe. A primeira homenagem à voz no Brasil surgiu há 25 anos. Em 2003, o mundo inteiro se juntou ao Brasil e o Dia Mundial da Voz (16/04) passou a fazer parte do Calendário Global da Saúde.
A médica otorrinolaringologista Natasha Andrade Braga, diretora nacional da Campanha de Voz da ABLV e especialista em distúrbios da voz, deglutição, dentre outras especializações, destaca que, desde sua criação, a campanha tem sido fundamental para educar o público em geral além de profissionais da saúde e trabalhadores que dependem da voz em suas atividades profissionais. “A importância dessa campanha é inestimável. Ao destacar os desafios enfrentados pelos profissionais da voz e fornecer orientações práticas para prevenção e tratamento de doenças vocais, essa campanha desempenha um papel vital na promoção da saúde vocal e na qualidade de vida dos trabalhadores que dependem da voz em suas atividades profissionais”, explica a médica.
Ao longo dos anos, a Campanha Nacional da Voz tem desempenhado papel importante, tanto para a educação e a conscientização pública, quanto para os profissionais que usam a voz como instrumento, como cantores, professores, atores e atendentes de telemarketing, que, muitas vezes, enfrentam desafios específicos relacionados à saúde vocal.
Sintomas e sinais
A campanha ajuda a informar o público sobre os problemas de saúde vocal, como doenças das cordas vocais, nódulos, pólipos, entre outro, além de destacar sintomas que são sinais de alerta:
• Rouquidão recorrente ou há mais de 14 dias
• Dor ou ardência na garganta
• Pigarro
• Dificuldade para engolir ou engasgos
• Dificuldade para respirar
• Cansaço, dor ou pouca resistência
ao falar
• Falta de volume e projeção vocal
• Instabilidade, falhas ou tremor na voz
Distúrbios vocais na lista de doenças relacionadas ao trabalho
Em novembro de 2023, o Ministério da Saúde atualizou a lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT) – portaria GM/MS 1999 - e incluiu os distúrbios vocais na lista. Dra. Natasha destaca que essa conquista representa um passo significativo na defesa dos direitos e da saúde dos trabalhadores que dependem da voz em suas profissões. “A combinação de uso prolongado da voz e fatores individuais, ambientais e de organização do trabalho contribuem para aumentar a prevalência de queixas vocais. O impacto dessa decisão foi extremamente positivo devido e esse respaldo oficial que reconhece que as doenças vocais podem ser decorrentes do ambiente de trabalho. Isso pode contribuir para aumentar a conscientização sobre a importância da saúde vocal, levar a medidas de prevenção mais eficazes e avaliação com otorrinolaringologista para diagnóstico e tratamento sempre que necessário.”
Embora os distúrbios vocais estejam na lista de LDRT, isso não significa que os distúrbios da voz estejam sempre classificados como doença ocupacional. De acordo com Dra. Natasha, cada caso é um caso e deve ser avaliado individualmente. “Tem que existir o nexo de causalidade entre o distúrbio vocal e o uso da voz no ambiente do trabalho. As disfonias e outras afecções da laringe e pregas vocais, por exemplo, podem ser causadas por infecções, tabagismo, etilismo, uso de medicamentos, condições preexistentes, outras doenças subjacentes, uso social da voz, dentre outros. Independentemente da causa, ainda sim, uma alteração vocal pode afetar o trabalho”, esclarece a especialista.
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