Conjuntivite: saiba como a prevenção e os cuidados são fundamentais
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, a membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Pode ser aguda ou crônica, infecciosa e não infecciosa, e afetar um dos olhos ou os dois. Vírus e bactérias são as causas infecciosas mais comuns.
Costuma aparecer em qualquer época do ano, mas no verão costuma ser frequente os casos de conjuntivite viral e também da alérgica. A conjuntivite bacteriana é mais comum de dezembro a abril; e a alérgica também costuma aparecer na primavera.
Segundo relatos recentes, a conjuntivite alérgica é encontrada em até 40% da população, mas apenas uma pequena parcela desses indivíduos procura ajuda médica.
De acordo com o modo de apresentação, ou inicio e a severidade da resposta clinica, a conjuntivite também pode ser classificada em aguda, hiperaguda e crônica. Além disso, pode ser primária ou secundária a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), como gonorreia e clamídia.
Os sintomas
O que leva a pessoa a pensar em conjuntivite de forma bem básica é o olho vermelho. Mas nem todo olho vermelho significa conjuntivite.
Os sintomas podem variar desde apenas um pouco de vermelhidão e coceira, até quadros hemorrágicos, com ou sem secreção. Cada tipo de conjuntivite tem uma caraterística peculiar que direciona o médico ao diagnóstico clínico.
Na conjuntivite alérgica a coceira é o sinal mais consistente. A distinção entre conjuntivite viral e bacteriana aguda é difícil.
Quanto tempo dura a conjuntivite
A viral dura em media de 7 a 10 dias. No caso da bacteriana pelo menos 60% dos casos são de uma a duas semanas após o inicio. O uso de antibióticos tópicos reduz a duração da conjuntivite, por isso é bem difundido.
Prevenção
A conjuntivite viral secundária aos adenovírus é altamente contagiosa e o risco de transmissão foi estimado em 10% a 50%. Estudos apontam que 46% das pessoas infectadas tiveram material coletado a partir de amostras retiradas das mãos. O vírus pode se espalhar da seguinte forma:
• Através do contato direto de dedos contaminados ou itens pessoais;
• Instrumentos médicos;
• Água da piscina
Portanto, é aconselhável:
• Evitar aglomerações;
• Evitar piscinas de academias ou clubes, principalmente quem usa lentes de contato;
• Lavar com frequência o rosto e as mãos, e usar toalhas de papel para enxugar;
• Esterilizar e desinfetar rigorosamente os instrumentos médicos;
• Não coçar os olhos;
• Não compartilhar lentes de contato, colírio, esponjas, itens de maquiagem e afins;
• Se tiver com conjuntivite deve trocar as fronhas dos travesseiros diariamente;
• Não se automedicar
Tratamento
O tratamento é determinado pelo agente causador da doença. Para a conjuntivite viral não existem medicamentos específicos. Já o tratamento da conjuntivite bacteriana inclui a indicação de colírios antibióticos, que devem ser prescritos por um médico, pois alguns colírios são altamente contraindicados por provocarem sérias complicações e agravar o quadro.
Cuidados especiais com a higiene ajudam a controlar o contágio e a evolução da doença. Qualquer que seja o caso, porém, é fundamental lavar os olhos e fazer compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico comprado em farmácias ou distribuído nos postos de saúde.
Importante
A conjuntivite causada por gonorreia é hiperaguda e pode atingir recém-nascidos, adultos e jovens adolescentes sexualmente ativos, além de estar associada a um alto risco de perfuração ocular.
A conjuntivite secundária ao tracoma, causada pelos subtipos A e C de Chlamydia trachomatis, é a principal causa de cegueira, afetando 40 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente em áreas com higiene precária. As complicações tardias, como cicatrizes na pálpebra, na conjuntiva e na córnea, podem levar à perda da visão.
Alerta para a automedicação: é de amplo conhecimento que o uso de antibióticos de forma inadvertida leva ao aumento de resistência bacteriana e, no caso de medicamentos específicos, como os colírios associados a corticoides, podem causar outras doenças oculares, como catarata e glaucoma secundários.
Fontes consultadas: Oftalmologista Claudia Galvão, vice-presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM); e Ministério da Saúde