Nova onda da Covid-19? No Brasil, o que preocupa é pouca a cobertura da 3ª e 4ª doses

Infectologista alerta que é preciso atualizar as vacinas imediatamente. Embora os sintomas da nova variante sejam leves, a chegada de uma nova variante, ou subvariante, é sempre preocupante

 

Uma nova onda da Covid-19 está se alastrando pelos Estados Unidos, China, diversos países da Europa e já começou a se apresentar também no Brasil, que vem registrando aumento na taxa de positividade, principalmente nos estados do AM, RS, RJ e SP, especialmente em maiores de 60 anos.

A diferença dessa nova fase da pandemia são as mutações do coronavírus que trazem outras subvariantes da ômicron, a BQ.1 e XBB. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a proteção dos imunizantes diante da nova onda de Covid-19 é menor e não é capaz de conter o risco de reinfecção na mesma proporção que as variantes anteriores.

Mas, segundo os pesquisadores, as vacinas bivalentes da Pfizer têm a BA.1, a BA.4 e a BA.5 como alvo. Por isso, elas poderiam, em tese, ajudar na prevenção contra a BQ.1. “Todas as vacinas mostraram excelente proteção para formas graves. A Pfizer bivalente, já em utilização em outros países, e em avaliação para aprovação pela ANVISA, aumenta os níveis de anticorpos neutralizantes e parece ter melhor proteção para a BA 4, BA5 e suas sub variantes, porém o reforço com uma vacina diferente estimula mais a imunidade”, avalia a infectologista Ceuci Nunes, ex-diretora do Instituto Couto Maia, em Salvador.

Para a infectologista, o que preocupa no Brasil é a pouca cobertura da 3a e 4a doses, que merece atenção. “As pessoas precisam ir aos postos de saúde e se vacinar de imediato. As vacinas são muito seguras e os reforços são extremamente necessários para manter o nível de anticorpos adequado para a proteção”.

Em caso de suspeita da Covid-19, é importante aderir ao protocolo de uso de máscaras imediatamente e fazer um teste para confirmação da doença. Mas, independente disso, o uso de máscara deve ser mantido para pessoas mais vulneráveis, idosos, imunodeprimidos, pessoas com mais de uma comorbidade (diabetes, hipertensão, obesidade etc), especialmente em lugares fechados. “É importante salientar que em poucos dias as coisas mudam e a chegada de uma nova variante ou subvariante, como a BQ1, é sempre preocupante”, alerta Dra. Ceuci Nunes.

O teste de Covid-19 mais recomendado é o laboratorial, já que o resultado vai direto para o banco de dados do Ministério da Saúde e ajuda nas pesquisas de monitoramento.

No Brasil, os sintomas dessa nova variante apresentados até o momento são leves e similares aos de uma gripe ou resfriado comum:

• Coriza

• Dor de garganta

• Tosse

• Dor de cabeça

• Dor no corpo

• Cansaço

• Febre

 

Referência consultada: Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)