Retirar os pelos da axila, da região pubiana ou de qualquer outra parte do corpo é uma opção de cada um. Alguns consideram questão de higiene, outros apenas de estética, mas depilar requer cuidados com a saúde, uma vez que eliminar os fios pode causar infecções e irritações. Depilação é uma questão muito pessoal, mas é preciso cuidado como e onde se depilar.

De acordo com a dermatologista Tais Valverde, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional Bahia (SBD/BA), além do risco de infecções bacterianas, uma depilação mal feita ou inadequada pode causar dermatites alérgicas de contato, queimaduras e manchas pós-infamatórias, sem falar nos possíveis riscos de transmissão de doenças como HPV, herpes simples e molusco contagioso. “Todo material utilizado deve ser de uso individual e não compartilhado. E é sempre bom alertar que a região a ser depilada deve ser devidamente higienizada”, orienta a médica.

 

Depilação como tratamento

Talvez poucos saibam, mas Dra. Tais explica que, em alguns casos, a depilação pode ser opção de tratamento para foliculites e quadros de infecção de repetição, ou para quem tem hidroadenite supurativa (inflamação recorrente de glândulas presentes nas axilas e virilha). “Em patologias que acometem o folículo piloso, as pessoas se beneficiam com a remoção definitiva dos pelos”, informa a especialista.

 

A depilação mais indicada

É aquela que, quando realizada, não cause irritação e nenhum dano à pele. “A depilação a laser, por exemplo, tem efeito a longo prazo, com um custo benefício excelente, e reduz muito a quantidade de pelos, e muitas vezes de forma definitiva. Mas cada um tem que testar e achar a forma que mais se adapta”, alerta.

 

Os cuidados

O indicado é que a primeira depilação ocorra depois do início da puberdade, após os 12 anos de idade.

Depilar em casa, com receitas caseiras, requer muito cuidado devido ao risco de processos alérgicos.

Depilar em estabelecimentos estéticos, é preciso verificar se seguem todos os protocolos da vigilância sanitária, principalmente agora, em época de pandemia.

 

Os tipos de depilação – vantagens e desvantagens

 

 

Com cera. É um dos mais procurados porque arranca o fio desde a raiz, com uma boa durabilidade de resultados, de 20 a 30 dias. A cera pode ser quente ou fria. A quente causa uma certa dilatação dos poros e é indicada para áreas mais sensíveis, cujos pelos são mais grossos. Já a cera fria é indicada onde os pelos são mais resistentes, como braços e pernas.

Fator negativo: é um tipo de depilação muito dolorido e agressivo à pele, podendo causar irritação, encravamento do pelo, queimadura (caso seja realizada com a cera muito quente) e até mesmo flacidez em áreas mais finas, como o rosto.

 

 

Com lâmina. Esse é o tipo de depilação mais prática e rápida, além de ser bem econômica. É indolor, já que somente corta o pelo em sua base, não arrancando a raiz. Mas isso faz com que, em poucos dias, os pelos voltem a ficar aparentes.

Fator negativo: é o maior causador de pelos encravados, irritações e manchas, já que o atrito com a pele é bem grande e constante. A remoção dos pelos com lâmina nunca deve ser feita com a pele seca, e o movimento deve acompanhar o sentido de crescimento do pelo. Quem tem dermatite atópica deve evitar esse tipo de depilação.

 

 

Com creme depilatório. É indolor, e atua por uma ação química que “amolece” a haste do pelo, fazendo com que o mesmo se parta.

Fator negativo: pode causar alergias e irritações em peles mais sensíveis. É recomendado que na primeira aplicação se faça em um teste, antes.

 

 

Com linha. É uma técnica milenar, que consiste em arrancar os pelos, desde a raiz, através da movimentação de duas linhas entrelaçadas que, por meio do atrito, arranca os fios. Essa técnica evita o risco de irritações, pelos encravados ou alergias, mas só pode ser realizada por profissionais capacitados, já que que exige bastante treino.

Favor negativo: também dói bastante e é mais recomendada para pequenas áreas, principalmente na face, como sobrancelha e buço.

 

 

Laser. Consegue eliminar os pelos praticamente de forma definitiva. Isso, graças aos feixes de luz com comprimento de onda específico para o alvo em questão, que é a melanina, fazendo com que seus centros germinativos sejam destruídos, impedindo o seu crescimento. É uma excelente método a longo prazo, porém deve ser realizado por profissionais habilitados pelo risco de queimadura.

"Atualmente, existem diferentes tecnologias que utilizam o laser para destruição dos pelos. O que as difere é o comprimento de onda do laser utilizado", informa Dra. Tais.

 

 

Luz pulsada. Muitas vezes confundida com a depilação a laser, a Luz Intensa Pulsada (conhecida como fotodepilação) também trabalha através da emissão de feixes de luz que geram o efeito térmico na região.

Fator negativo: diferentemente da depilação a laser, esse método não trabalha somente com um comprimento de onda, o que faz com que a energia não seja focada somente no alvo em questão, que seria a melanina do pelo. "Dessa forma, a energia poderá também ser absorvida pela melanina da pele, com alto risco de queimadura em pele negra e bronzeada", alerta a dermatologista.

 

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