Entenda o Autismo - a informação reduz o preconceito
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 02 de abril, foi estabelecido com o objetivo de difundir informações e com isso reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas por esta síndrome neuropsiquiátrica.
O termo mais usado por profissionais é o TEA – Transtorno do Espectro do Autismo, que descreve um grupo variado de crianças com semelhanças na maneira de processar as informações e entender o mundo.
Os distúrbios normalmente surgem nos primeiros três anos de vida e estatísticas mais recentes do CDC – Center of Deseases Controland Prevention, órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, indicam que a cada 68 pessoas, uma é afetada pelo TEA. É mais comum em meninos, por isso a campanha de conscientização é simbolizada pela cor azul.
Os especialistas alertam que muito dos comportamentos associados ao TEA, como a falta de contato visual, isolamento e dificuldade de interação com outras pessoas, e atraso no desenvolvimento da linguagem podem ser consequências de outros problemas como ansiedade, timidez e dificuldades auditivas, por isso é importante a avaliação multidisciplinar com neurologista, psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.
Inclusão de autistas nas escolas é Lei
Em dezembro de 2013 foi sancionada no Brasil a Lei nº 12.764 que institui a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista". A medida faz com que os autistas tenham direito a estudar em escolas regulares, tanto na educação básica, como no ensino profissionalizante e, se preciso, com um acompanhante especializado.
Mas para o médico Cesar Leite, pai de um filho diagnosticado com TEA, uma das principais dificuldades é a preparação da escola para isso. “No geral, as instituições de ensino precisam estar melhores instrumentalizadas e com uma equipe mais preparada para atender essas crianças", afirma ele que conhece bem os desafios para tornar a sociedade menos desigual e mais inclusiva, em benefício das pessoas com necessidades especiais.
“Meu filho foi diagnosticado em 2001, quando tinha 1 ano e quatro meses. Naquela época não tinha muitos avanços nessa área, mas, ao longo dos anos, a legislação evoluiu em busca de uma atenção e um acolhimento especializado às pessoas com autismo", comenta o médico.
Entre outros avanços, ele destaca a recente lei municipal em Salvador, já sancionada pelo atual prefeito, que determina uma sessão por mês nas salas de cinema adaptadas para crianças com transtorno do espectro autista e suas famílias. Denominada de "Sessão Azul", terá iluminação apropriada, som mais baixo do que o normal e ausência de trailer. "É muito bom ter a oportunidade de fazer programas culturais e de lazer com meu filho", comenta o médico.
Sinais e sintomas
A causa que acarreta o autismo ainda é desconhecida e nem exame de sangue é capaz de detectar essa condição, assim como não há padrão de como o TEA se manifesta. Muitas vezes os pais demoram a perceber os sinais no filho autista, mas é fundamental ficar atento e procurar tratamento o quanto antes.
Os sintomas tornam-se evidentes gradativamente e variam bastante. Os mais comuns são dificuldade de comunicação e interação social, interesses obsessivos e comportamentos repetitivos. Mas outros sinais podem ser indicativos da necessidade de diagnóstico:
• Bebês que evitam o contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação;
• Apatia;
• Inquietação exacerbada;
• Pouca vontade para falar;
• Surdez aparente - a criança não atende aos chamados;
• Transtorno de linguagem, com repetição de palavras;
• Movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça;
• Agressividade;
• Resistência a mudanças na rotina – como experimentar novos alimentos ou aceitar um novo brinquedo
O lançamento será no dia 02 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e a série será lançada na plataforma do PlayKids, o aplicativo estará disponível para download e o site aberto a visitas e contribuições.