Entenda o Reiki: a magia das mãos

A imposição de mãos é uma prática adotada por diversas religiões. Estender as mãos sobre uma pessoa é gesto litúrgico bastante comum em sacramentos cristãos, passes espíritas e no johrei messiânico, para ficar entre os mais conhecidos, e são utilizados para abençoar, purificar o espírito ou fazer fluir a energia vital. Sem qualquer conotação religiosa, o Reiki também propõe o uso da técnica para potencializar os efeitos de cura de doenças.

Mesmo sem o reconhecimento formal da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prática médica, o órgão das Nações Unidas publicou, em junho de 2007, as “Orientações Normativas sobre o Tratamento da Dor”. No documento, o Reiki é recomendado como uma das modalidades de tratamentos sem o uso de drogas. Ou seja, uma terapia complementar que, aliada a métodos convencionais da medicina, pode contribuir no tratamento de distúrbios físicos e psicológicos. No Brasil, a imposição das mãos também passou a integrar o rol de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) oferecidas pelo Sistema Único de Saúde em março deste ano.

De acordo com a mestre de Reiki Denize Brasil, trata-se de uma arte de cura, desenvolvida pelo japonês Mikao Usui a partir de conhecimentos milenares da medicina oriental. “Ele era curioso por métodos espirituais de cura. Queria descobrir como Buda e Jesus conseguiam melhorar as doenças das pessoas pela simples imposição das mãos, e acabou descobrindo”, conta.

 Com a união das sílabas ‘Rei’, que significa universal, e ‘Ki’, energia vital, ele pode ser considerado como o controle da energia vital que move o universo. A mestre Carolina de Oliveira, no entanto, define a técnica como uma “transmissão de amor através das mãos”, pela qual toques suaves em pontos específicos do paciente ativando os quatro corpos: físico, mental, espiritual e emocional.

 A cardiologista Teresa Rogério é uma das adeptas do método. Após um período de muito estresse, uma amiga indicou o tratamento. “Quando comecei as sessões de Reiki, além de mais calma e tranquilidade, consegui compreender o funcionamento do corpo para além do físico. Abri o meu olhar médico para ‘ver’ a mim e ao meu paciente como um ser integral, onde ‘corpo-mente-espírito’ devem estar sempre trabalhando em harmonia”, relata a médica.

Sem magia

As mestras fazem questão de destacar que a terapia não é ‘mágica’, remédio ou tratamento médico, tampouco está relacionada a religião ou dogma. “Ele serve hoje para auxiliar na cura de doenças e outros quadros, mas não pode e nem deve substituir o tratamento médico”, acrescenta Carolina.

Ainda segundo as mestras, o Reiki atua como uma força que nutre cada célula e cada órgão do corpo humano. “O corpo passa a funcionar mal quando existe algum bloqueio da energia vital, surgindo assim diversas enfermidades. A terapia faz o desbloqueio desta energia, ajudando na cura de doenças físicas e psicológicas, como ansiedade e depressão”, afirma Denize.

De acordo com doutora Teresa, já existem alguns artigos e trabalhos científicos que comprovam o Reiki como uma terapia complementar que provoca mudanças significativas no paciente,  já sendo utilizado, inclusive, em alguns hospitais. “Alguns serviços de oncologia e de cuidados paliativos já inseriram o método como rotina nas suas práticas multidisciplinares”, revela.

O funcionamento das sessões da terapia vai depender dos motivos que levaram a pessoa a procurar por este método. É necessário que seja feito com periodicidade, podendo variar de uma a três vezes por semana.

Princípios do Reiki

  • Hoje eu abandono a raiva
  • Hoje eu abandono as minhas preocupações
  • Hoje eu conto com todas as minhas bênçãos
  • Hoje eu faço o meu trabalho honestamente
  • Hoje eu sou gentil com todas as criaturas vivas