Música para saúde: os benefícios da musicoterapia

Algumas músicas, quando bem selecionadas e colocadas em determinada ordem, podem alinhar corpo e mente e até evitar doenças. Assim funciona a musicoterapia, que traz a ideia de ajudar na cura através dos sons, usando tons, ritmos e melodias para acessar sensações do corpo humano.

Uma pesquisa publicada em 2014 pela revista PLoS One analisou a forma como o cérebro funciona quando uma pessoa ouve música. No estudo, músicos de jazz foram submetidos à uma ressonância magnética enquanto tocavam. Com isso, foi possível perceber que algumas partes cerebrais são ativadas quando o indíviduo ouve música, da mesma forma que reage a uma conversa com outra pessoa.

De acordo com a musicista e musicoterapeuta Lúcia Muricy, isso acontece porque a música acompanha a história da humanidade, estando presente em todas as culturas e exercendo as mais diferentes funções. “É uma linguagem universal, que ultrapassa barreiras de tempo e espaço”, comenta.

Em 1936, foi registrado o primeiro emprego da música como ferramenta terapêutica numa instituição de saúde, por Willem Van de Wall. Já em 1968 foi publicado “O Tratado de Musicoterapia”, por Everett Thyer Gaston, e em 1975, o primeiro curso de graduação no Brasil, do Conservatório de Música do Rio de Janeiro.

Segundo Lúcia, a terapia é um híbrido de saúde e arte e ajuda o paciente em diversos aspectos da saúde, como:

• Desenvolver habilidades sensório-motoras;

• Promover uma melhor orientação e atenção;

• Desenvolver a memória;

• Desenvolver habilidade de interpretação e comunicação;

• Melhorar as habilidades integrativas e de grupo;

• Desenvolver a capacidade de intimidade interpessoal;

• Contribuir para o alívio da  dor;

• Combater o estresse e  a depressão;

• Diminuir a ansiedade;

• Aumentar a capacidade respiratória;

• Estimular a coordenação motora;

• Controlar a pressão arterial;

• Melhorar os distúrbios de comportamento.

 

 

Além desses benefícios, estudos comprovam que a musicoterapia também auxilia no tratamento de crianças com autismo. Em uma sessão, o paciente é estimulado a se expressar por meio de músicas, com o terapeuta, geralmente, tocando algum instrumento com ele.

É possível encontrar musicoterapeutas trabalhando em clínicas, centros de reabilitação, hospitais psiquiátricos, centros de saúde mental, ambulatórios e escolas.

Desde 2017, esta terapia passou a ser ofertada gratuitamente no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Salvador é possível encontrar o tratamento no Centro de Atenção Psicossocial II Franco Basaglia, às quartas- feiras. Além disso, outras terapias alternativas são integradas na assistência, como Auriculoterapia, Yoga, Arteterapia/Mosaico, meditação, Reiki, aromaterapia, Cromoterapia, Lian gong.

Vale ressaltar que o tratamento com musicoterapia é único e personalizado. “Não é como você pegar várias músicas que você gosta, ouvir e ficar feliz. Por se tratar de uma terapia, existe um acompanhamento do paciente para identificar seus problemas e saber quais sons serão necessários durante o tratamento”, explica Lúcia Muricy.