Síndrome de Down não é doença

No dia 21 de março se celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, o bem-estar e a inclusão das pessoas com Down na sociedade.

A Síndrome de Down não é uma doença, mas uma desordem genética que ocorre por um erro na divisão celular do óvulo ou do espermatozoide, levando a formação de um embrião com excesso de material genético, especificamente o cromossomo 21. Os motivos para essa ocorrência ainda são desconhecidos, mas o que se sabe é que começa na gestação, quando as células do embrião são formadas com 47 cromossomos, e não com os habituais 46.

Os testes genéticos devem ser feitos entre 10ª e 12ª semana de gestação, mas só em casos específicos conforme explica a pediatra e presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Salvador (APAE), Juliana Badaró.

“Na maioria das vezes a ocorrência genética acontece por acaso, não há como prevenir que não aconteça, mas o teste genético só é necessário se o exame de ultrassom levantar suspeita, ou se houver histórico familiar e o casal desejar fazer, mas a Síndrome de Down não é hereditária. A grande maioria acontece isoladamente, sem risco de se repetir”, orienta a médica.

Na infância os portadores de Down precisam ser avaliados a cada seis meses, uma vez que correm risco de desenvolver alguns problemas de saúde, principalmente relacionados a disfunções da tireoide, que são mais comuns em portadores de Down, assim como o sobrepeso, que muitas vezes está ligado à alimentação, uma vez que o apetite neles é intenso.

 

 

“Os portadores de Down têm muito apetite e por isso a família precisa ser bem orientada quanto a isso, desde a infância, com o acompanhamento do pediatra para que o sobrepeso não seja um problema. A amamentação também é muito importante, tanto para garantir a imunidade, como evitar problemas com a fala, uma vez que bebês com Down nascem com hipotonia muscular e dificuldade de sucção”, orienta Dra. Juliana.

Possíveis problemas respiratórios, otites recorrentes, e apneia do sono também podem ocorrer, mas o acompanhamento médico facilmente diagnostica e orienta o tratamento. Há casos em que se precise de cirurgia cardíaca e abdominal, mas cada caso é um caso e nem sempre é comum a todos os portadores.