Sofre com prisão de ventre? Saiba as causas e como evitar

Dieta pobre em fibras, pouca ingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal são as causas mais comuns da prisão de ventre (constipação intestinal), doença multifatorial que pode levar ao desequilíbrio da flora intestinal (disbiose), baixa ingestão hídrica, Síndrome do Intestino Irritável (SII), além de inatividade física, e uso de medicações.

Os principais sintomas são:

• Dificuldade em fazer cocô

• Muito esforço para evacuar

• Fezes muito dura ou seca

• Fezes que provocam sangramento no reto

• Sensação de evacuação incompleta

• Dor e desconforto abdominal

• Inchaço da barriga

• Diminuição da frequência de idas ao banheiro

• Mau humor e irritabilidade

• Mal-estar

• Gases

• Distúrbios digestivos

• Indisposição

 

Em viagens e ambientes estranhos pode ocorrer do intestino não funcionar normalmente, mas isso é devido à mudança na rotina. Só é considerado um caso de constipação quando ocorrem duas ou menos evacuações por semana, e/ou o esforço para evacuar é grande demais e pouco produtivo. Mas se há desconforto frequente é sinal que você precisa mudar a alimentação.

De acordo com a nutricionista Jessica Ferreira, é preciso muito cuidado no consumo excessivo de proteína animal, assim como do leite de vaca. “A digestão da proteína animal gera uma variedade de metabólitos e toxinas que prejudicam o intestino, enquanto a proteína BCM 7, encontrada no leite de vaca e seus derivados, tem efeito opióide em pacientes sensíveis, induzindo à diminuição dos movimentos intestinais, aumentando a absorção de água e provocando constipação”.

Alimentos refinados e industrializados também afetam a microbiota intestinal saudável por serem pobres em fibras e ricos em gorduras e aditivos químicos.

Alimentos que contribuem para a prisão de ventre

Banana da prata, batata, caju, cará, cenoura cozida, chá de broto da goiaba, goiaba, limão, maçã sem casca, aipim e pera.

Cerais refinados, como a farinha de trigo, biscoitos, massas, pães, arroz branco, mucilagem de arroz, creme de arroz, tapioca, torradas, farinha de araruta e maizena.

E os que combatem a prisão de ventre

Já os alimentos ricos em fibras e carboidratos não digeríveis pelas enzimas humanas combatem a prisão de ventre, pois estimulam a multiplicação de bactérias benéficas ao intestino. “Eles produzem impacto sobre a velocidade do trânsito intestinal e são eficazes laxativos quando consumidos crus ou com casca”, explica a nutricionista.

 

São eles:

Frutas: kiwi, abacaxi, manga, ameixa, abacate, mamão, laranja, pera, uva passas, damasco e tâmara

Leguminosas: feijões, ervilha e grão de bico

Oleaginosas e sementes: Amendoins, castanhas, amêndoas, macadâmia, sementes de abóbora, linhaça e chia

Verduras e legumes: abóbora, abobrinha, beterraba, couve, quiabo, vagem, brócolis, repolho, cenoura, maxixe.

Cereais integrais: farelos de aveia, trigo, granola, milho, arroz integral

De acordo com a nutricionista, o ideal é consumir diariamente porções de frutas, legumes, verduras e saladas cruas, no almoço e no jantar, e também produtos lácteos fermentados que contêm bactérias boas que promovem digestão dos carboidratos, produzem vitaminas, e alimentam as células intestinais.

Síndrome do Intestino Irritável

De acordo com a nutricionista, a SII é o tipo mais comum de distúrbio intestinal e o mais difícil de diagnosticar. Os sintomas incluem constipação, distensão abdominal, inchaço, desconforto abdominal e/ou dor e flatulência. “A prevalência de SII é estimada entre 7 e 21% em todo o mundo. O desencadeamento dos sintomas se dá pelo consumo de carboidratos fermentáveis associados à uma microbiota intestinal diferenciada com a presença de bactérias que produzem excesso de gás metano e hidrogênio  e provocam uma série de efeitos sobre os processos gastrointestinais”.

Portadores de SII devem procurar um nutricionista para determinar e orientar a dieta adequada conforme a tolerância do paciente.

Estudos recentes sugerem que o equilíbrio da microbiota intestinal desempenha um papel funcional na doença inflamatória intestinal (incluindo a doença de Crohn), câncer colorretal, obesidade e alergias. “Devido à multiplicidade de interações diretas e indiretas com o organismo hospedeiro, o microbioma intestinal está intimamente ligado à saúde do indivíduo”, explica a nutricionista.