Alimentação x diabetes: a educação nutricional é fundamental para prevenção e controle
Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estimam que 40 milhões de brasileiros sejam pré-diabéticos, ou seja, possuam o nível elevado de glicemia de jejum, variando entre 100 e 125 mg/dl. E 25% deste total pode desenvolver a diabetes tipo 2.
Estudos comprovam que o sobrepeso, a obesidade, o sedentarismo e a alimentação baseada em alimentos ricos em açúcares e gorduras, contribuem como possíveis causas na elevação do número de casos da doença, que atinge mais de 13 milhões de pessoas no Brasil.
Mas com uma alimentação adequada é possível prevenir a diabetes e diminuir muito as chances de pré-diabéticos desenvolverem a doença, sem a necessidade de medicação. A recomendação é evitar o consumo de alimentos utlraprocessados, que possuem altas concentrações de açúcar, gordura e sódio, e o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, bebidas energéticas, suco de frutas e chás industrializados.
Controle nutricional
Quem tem diabetes precisa ter uma alimentação balanceada e fracionada, com todas as categorias de alimentos que auxiliem no metabolismo da glicose. A presença de nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras são fundamentais para garantir a saúde do diabético.
Por esse motivo, a orientação e o acompanhamento nutricional, por um profissional especializado, é fundamental. Tem sido bem documentado que este acompanhamento favorece o controle glicêmico, reduzindo os níveis de hemoglobina glicada, independente do tipo de diabetes e tempo de diagnostico.
“O objetivo é promover melhor a aceitação e adesão à dieta e, assim, melhorar a qualidade de vida da pessoa com diabetes. E neste contexto, só o nutricionista pode propor orientação nutricional e um plano alimentar individualizado, adequado para prevenção e controle das complicações”, esclarece Viviane Sahade, nutricionista clínica com experiência em Diabetes, doutora em Medicina e Saúde, e professora universitária.
O Intervalo entre as refeições, com quantidade e horários determinados, é fundamental no controle glicêmico para evitar hipo ou hiperglicemia. Em média, o intervalo entre as refeições deve ser de 3 horas e a alimentação fracionada, com três grandes refeições, e três lanches intermediários. Para os lanches o ideal é priorizar o consumo de frutas, por ser alimento rico em fibras, vitaminas e minerais.
Para as pessoas da terceira idade, a maior população dentre os diabéticos, o controle requer mais atenção. É comum o paladar ficar menos apurado, sentir menos sede e, muitas vezes, dificuldade no processo de mastigação, ou deglutição, de certos alimentos. Além disso, é importante o apoio familiar para dar suporte na compra e preparo das refeições.
Sem grandes proibições - Contagem de Carboidratos
Segundo a nutricionista, é um grande erro proibir o consumo de determinados alimentos para o diabético, sem a realização de uma análise clínica e nutricional individualizada. Essas proibições, muitas vezes, causam angústias e medos desnecessários.
Ela destaca a estratégia da Contagem de Carboidratos, já recomendada para o tratamento da diabetes tipo 1, e que pode, também, ser utilizada na diabetes tipo 2. “Essa técnica se diferencia das demais por oferecer um leque de opções alimentares, e com isso melhorar a qualidade de vida”.
A Contagem de Carboidratos é baseada na proposta da alimentação saudável, na qual devem ser utilizados todos os grupos de alimentos. O segredo está na relação entre a quantidade adequada do alimento e sua associação com o tratamento medicamentoso. Mas esta técnica só deve ser iniciada por indicação do endocrinologista, e com dieta acompanhada por um nutricionista.
Causas e tratamento da diabetes
A diabetes é uma doença desenvolvida pela deficiência na produção da insulina, um hormônio produzido no pâncreas, que causa aumento da glicose (açúcar) na corrente sanguínea.
Altas taxas de glicose podem levar a complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos. Em casos mais graves, a diabetes pode levar à morte, por isso é importante ficar atento a alguns sintomas, realizar exames de rotina, saber quais são os fatores de risco e buscar o diagnóstico.
O principal tratamento para a diabetes é a mudança no estilo de vida, com práticas de atividade física, controle de peso e adoção de um padrão alimentar saudável, aliada ao tratamento medicamentoso, quando necessário.
A diabetes não tem sintomas evidentes. Algumas pessoas com pré-diabetes podem apresentar sinais mais aparentes do que uma pessoa com diabetes, e as complicações também não são iguais para todos.
Mas dentre os sintomas mais comuns destacados pela SBD estão sede excessiva, aumento do apetite, perda de peso (mesmo com aumento do apetite), vontade de urinar várias vezes ao dia, cansaço, vista embaçada e infecções frequentes na pele.
Maiores informações sobre os tipos de diabetes, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção podem ser consultados nos sites do Ministério da Saúde - http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes e da Sociedade Brasileira de Diabetes - https://www.diabetes.org.br/publico/
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