Café: vilão ou mocinho?
Seja no comecinho do dia, depois do almoço ou no final da tarde, o tradicional cafezinho é uma das bebidas mais consumidas no mundo. Mesmo com a popularidade, várias dúvidas envolvem esta bebida: afinal, café é vilão ou mocinho?
Estudos do Instituto do Coração (InCor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), comprovam que o café é mocinho e gera diversos benefícios à saúde, desde que consumido com moderação. De acordo com a nutricionista e professora da Unifacs Carla Barreto, o ideal é que uma pessoa consuma, no máximo, 450 ml de café por dia, quantidade que pode ser dividida em três xícaras, com 150 ml cada.
A bebida tem a capacidade de deixar a pessoa ‘acordada’ por conta da cafeína, que atua como um estimulante psicoativo no corpo, além de ser rica em diversos nutrientes, como as vitaminas B2 e B3, zinco e minerais.
“Café é um verdadeiro alimento completo, por isso ele não só tem a capacidade de ‘despertar’ alguém, como também melhora o humor, atua contra a enxaqueca e acelera o processo digestivo”, garante a nutricionista.
Além disso, tomar o cafezinho diariamente pode diminuir riscos de doenças como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, obesidade e depressão, segundo a endocrinologista do Hospital Santa Izabel Alina Feitosa.
E não para por aí! O consumo moderado de café também pode fazer bem aos dentes. O dentista Marcos Oliva, do Cenior Spa Odontológico, comenta que alguns estudos mais recentes revelam que a bebida, por ter propriedades antibacterianas e antiaderentes, contribui para retardar a formação da placa nos dentes.
Perigos no exagero
Como nem tudo são flores, consumir café em excesso pode, sim, transformá-lo no vilão da história. Dra. Alina Feitosa alerta que cafeína em excesso pode causar problemas de ansiedade, tremores, palpitações, estresse e insônia.
A endocrinologista ainda destaca problemas de dependência e tolerância. "A cafeína estimula o sistema nervoso central, provocando a necessidade de doses cada vez mais altas para se obter o mesmo efeito, na maioria das vezes, se manter acordado. Nesta situação, sintomas de abstinência como cefaleia, irritabilidade, fadiga, humor deprimido, ansiedade e dificuldade de concentração podem surgir quando se interrompe o consumo do café”, enumera.
O estudante Gabriel Andrade, 21, teve que diminuir o consumo de café diário, que passava das cinco xícaras - aproximadamente 800 ml -, após perceber uma dependência. “Quando passei a beber menos, consegui notar uma melhora na minha qualidade de vida. Me sinto menos agitado e mais disposto a fazer as atividades do dia a dia. Antes, se eu não tomasse café pela manhã era certo que teria dor de cabeça, por exemplo”, relata.
“Em tudo na vida temos que procurar manter o equilíbrio. Com isso em mente, dá para tomar o cafezinho e ser feliz”, finaliza a nutricionista Carla Barreto.