Costuma ter afta? Entenda as causas e cuide da alimentação
A afta é algo que incomoda demais e muita gente sofre com isso, inclusive com bastante frequência. Bem dolorosas, elas aparecem na boca, geralmente nas mucosas dos lábios, língua, bochechas e gengivas. A principal característica clínica da afta é uma ferida recoberta por uma membrana amarelo-acinzentada, envolvida por um halo vermelho que cicatriza, geralmente, em até 14 dias.
Embora não sejam graves, as aftas podem estar associadas a uma alteração nos hábitos nutricionais, já que o incômodo pode dificultar a alimentação, ao mesmo tempo que a alimentação também pode influenciar no surgimento das aftas, conforme explica a nutricionista clínica Luana Milen Varjão. “O indivíduo que está apresentando aftas terá menos vontade para se alimentar devido a sensação de dor. Ou seja, ele vai preferir alimentos com menor teor nutricional, como os líquidos açucarados, que de forma contínua, futuramente vai prejudicar seu estado nutricional. E, por outro lado, o surgimento da afta pode estar associado à ingestão de alguns alimentos, principalmente, os alimentos ácidos e condimentados”.
De acordo com a nutricionista, quem tem afta com frequência é recomendado priorizar uma alimentação saudável e balanceada, com o consumo adequado de frutas e hortaliças, alimentos fontes de proteína, ingestão hídrica adequada, e evitar alimentos industrializados ricos em aditivos e açúcares, embutidos e condimentos em excesso.
Causas
A nutricionista alerta que, embora a alimentação e a falta de alguns nutrientes tenham algum impacto sobre a afta, a causa do seu surgimento é multifatorial, e evidências indicam que há uma relação com o sistema imunológico, mas pode envolver também:
• Aspectos hereditários
• Doenças
• Bactérias bucais
• Traumas na região bucal (como, por exemplo, escovação dentária agressiva, tratamentos dentários, mordida na bochecha)
• Fatores psicológicos (o estresse pode influenciar na imunidade e, consequentemente, no aparecimento das aftas)
• Alterações endócrinas
• Deficiência de determinados nutrientes, como o ferro, o ácido fólico e as vitaminas C, B12, A e E
O que evitar, se estiver com afta
De acordo com a nutricionista, embora na literatura científica não exista um alimento específico que vai causar afta, o recomendado é, se estiver com afta, evitar os alimentos muito quentes ou gelados, por piorarem a sensação de dor, e os alimentos ácidos, como limão, laranja, abacaxi, pimenta, café, chocolate e bebidas açucaradas, que também incomodam, já que a região afetada fica bastante sensível. “Mas cada caso é um caso. Tem alimento que faz aumentar a dor para uma pessoa, mas não para outra. O recomendado é perceber o alimento que causa dor, e evitar. E, claro, se as aftas forem recorrentes tem que investigar, já que a causa está envolvida com vários fatores”.
Como se alimentar quando está com afta
Prefira alimentos em temperatura amena a fria, e de consistência mais pastosa, que possam ser mastigados com maior facilidade.
Quando é algo mais grave
É importante diferenciar a afta de outras mucosites (inflamação das mucosas) que podem aparecer na mucosa bucal. A nutricionista explica que determinados tipos de tratamentos, como a quimioterapia, radioterapia, cirurgias e transplantes, podem causar efeitos adversos nos pacientes com câncer. Um desses efeitos adversos é a mucosite do trato gastrointestinal, bastante observado nesses casos.
Ela explica que a mucosite tem um tratamento diferente das aftas em alguns aspectos, pois as feridas podem ser mais graves e extensas. “Alguns pacientes com mucosite realizam laserterapia, que é um procedimento feito pelos odontólogos com o intuito de tratar essas feridas e estimular a manter uma boa higienização oral. Nesses casos, tem que priorizar alimentos mais macios, preparações mais pastosas, evitando alimentos secos e duros, alimentos cítricos, ácidos, picantes ou com muito tempero. Também é indicado manter uma boa ingestão hídrica, e até usar canudos para facilitar a ingestão dos líquidos. Existem alguns estudos sobre a utilização do chá de camomila, onde os bochechos e/ou ingestão podem ajudar a aliviar os sintomas”, esclarece a nutricionista.
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