
Hepatite viral: só uma, a cada 20 pessoas, sabe que tem o vírus
Os tipos B e C merecem mais destaque: são doenças silenciosas e podem evoluir para cirrose e câncer do fígado.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece as hepatites virais como um desafio para a saúde pública mundial.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 70% dos óbitos por hepatite, entre 2000 e 2016, foram decorrentes da hepatite C.
Segundo o Boletim Epidemiológico de 2018, a doença é mais frequente nos homens de 20 a 39 anos.
Os tipos B e C merecem mais destaque pelo fato de serem doenças silenciosas – somente uma, a cada 20 pessoas, sabe que tem o vírus - e podem evoluir para cirrose e câncer do fígado.
O vírus da hepatite A tem evolução benigna na grande maioria dos casos e apresenta sintomas, como cansaço, febre, mal-estar, tontura, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes claras e pele e olhos amarelados.
Como é transmitida
Hepatite A – A transmissão pode acontecer em contato com fezes, água e alimentos contaminados.
Hepatite B – A transmissão pode ocorrer pelo contato com sangue contaminado ou com outros fluidos corporais como sêmen, secreção vaginal e o leite materno. Os indivíduos infectados podem se tornar portadores crônicos, podendo transmitir a doença para as pessoas com as quais convive ou relaciona.
Hepatite C – Pode ser transmitida por transfusão de sangue, compartilhamento de material perfurocortante, material de higiene pessoal que possam entrar em contato com sangue, como lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de unhas, entre outros.
Vacinas
Existe vacina para as hepatites A e B (a B está disponível na rede pública para indivíduos até 49 anos de idade). Para a hepatite C não existe vacina.
Medidas que ajudam a prevenir
• A hepatite B é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), portanto é recomendado o uso de preservativo nas relações sexuais
• Evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal, principalmente os que tenham contato com sangue como seringas, lâminas de barbear e alicates de unhas
• Gestantes precisam fazer os exames no pré-natal, para evitar a transmissão para o bebê
• Cuidado com a esterilização dos materiais se for fazer tatuagem ou piercing
Quem deve fazer o teste
• Pessoas acima de 40 anos
• Gestantes
• Pessoas que receberam transfusão de sangue e hemoderivados até 1992
• Pessoas com tatuagem ou piercing
• Familiares de pessoa portadora da hepatite C
• Pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas
• Pessoas que têm alguma IST
É muito importante o diagnóstico precoce para a doença não evoluir para uma cirrose ou câncer de fígado.
O teste é gratuito e disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Serviços de Atenção Especializada (SAE). Também existem exames feitos em laboratório.
Tratamento
Para a hepatite A não é necessário medicação específica. Normalmente os pacientes evoluem bem e o organismo elimina o vírus.
Para as hepatites B e C, quando são crônicas, devem ser tratadas com medicamentos específicos disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Normalmente é via oral, com duração aproximada de 12 semanas, e com índice de cura superior a 90% na maioria dos casos.
Fontes consultadas:
Hepatologista Allan Rêgo, do Hospital Cardio Pulmonar, em Salvador; e Ministério da Saúde
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