Não se engane: no verão todo cuidado é pouco

As altas temperaturas representam um inimigo para a circulação sanguínea. Com o excesso de calor, as veias do corpo se dilatam, o que pode causar inchaço, formigamento, sensação de peso e até dor nas pernas e nos pés. Por todas essas razões é necessário que existam alguns cuidados.

De acordo com a nutricionista Dayane Xavier uma das principais providências deve ser com a hidratação, que é essencial para o organismo, uma vez que sem o consumo  adequado de água os rins têm mais dificuldade de trabalhar e eliminar metabólitos, dificultando, assim, a regulação da temperatura corporal. “A pressão arterial tende a aumentar, o coração a fazer mais esforço, as digestões tornam-se mais difíceis e o transito intestinal fica mais lento”, explica a nutricionista.

A desidratação afeta também a pele, as unhas e o cabelo. Por isso, além de uma boa hidratação é essencial também uma dieta que não contenha muito sal e açúcar, pois seu excesso gera inchaço no corpo e incentiva o acúmulo de líquido nas células.

 

Os principais cuidados devem ser:

• As altas temperaturas favorecem a perda hídrica por meio do suor, dessa forma a reposição da água deve ser constante. Mantenha a hidratação mesmo que não sinta sede;

• Optar por alimentos leves de fácil digestão, ricos em vitaminas, minerais, fibras e água;

• Evitar bebidas alcóolicas, excessivamente açucaradas ou com cafeína, pois contribuem para a perda de água.

 

Cuidado com a digestão   

• Evitar frituras, alimentos gordurosos, queijos amarelos, pratos a base de creme de leite, maionese, e com muito sal. “Além de proporcionar uma digestão mais lenta, o sal colabora na retenção de líquidos”, explica a nutricionista

• Evitar feijoadas e preparações com muito azeite e leite de coco, como vatapá, caruru e moquecas, pois levam um tempo maior para a digestão;

• Moderar na combinação de massa e carne vermelha na mesma refeição. “Essa dupla dificulta a digestão e favorece o “efeito estufa””.

 

 

O que está liberado

Os alimentos que devem ser privilegiados são os refrescantes, leves e de fácil digestão:

• Frutas com alto teor de água (melancia, melão, abacaxi, caju, maracujá, uva e laranja);

• Saladas cruas com vegetais variados (alface, acelga, agrião, espinafre, beterraba, cenoura, pepino e tomate);

• Carne, com pouca ou nenhuma gordura aparente, como frango e peixes;

• Água, água de coco e sucos de frutas sem adição de açúcar;

• Dar preferência aos sorvetes e picolés de frutas;

• Aumentar a ingestão de alimentos fonte de selênio e vitamina E que auxiliam na proteção da exposição solar: oleaginosas (amendoim, castanhas, amêndoas, nozes), gérmen de trigo e semente de girassol;

• É preciso ter cuidado com frutos do mar - estão entre os alimentos que mais causam alergia e todo o cuidado é pouco para pessoas que tem asma e rinite, pois têm mais propensão a ter problemas com esses alimentos - mas qualquer pessoa pode desenvolver. “Quem já tem alergia a esses alimentos, ou demonstrou algum tipo de reação alérgica, o ideal é não consumir” alerta a nutricionista.

Os sucos são os fortes aliados da diurese por ter uma alta quantidade de água em sua composição por isso são ótimos na hidratação do corpo, além de ajudar no combate à retenção de líquidos e auxiliar na eliminação do inchaço.

 

Algumas dicas de sucos

• Melancia, limão e canela em pó;

• Melão, hortelã e água de coco;

• Morango, limão e chá de erva-cidreira;

• Abacaxi, cenoura, gengibre e hortelã;

• Limão, pepino e aipo

 

E o consumo na praia?

Para não estragar o passeio, a nutricionista sugere evitar queijo coalho, ostras ou embutidos de ambulantes que não estejam seguindo adequadamente as medidas de conservação dos produtos, pois a falta de higienização e de refrigeração inadequada pode estragar os alimentos e causar intoxicação alimentar - os sintomas: diarreia, febre, náuseas e vômitos, que podem levar à desidratação.

“Muitos destes produtos são perecíveis e na praia a conservação é mais difícil, facilitando o crescimento e a proliferação de microorganismos nos alimentos”.

Para que não ocorra esse problema a nutricionista indica alguns cuidados:

• Alimentos que necessitam de refrigeração, como queijos, iogurtes e carnes, devem ficar o menor tempo possível expostos à temperatura ambiente;

• Utilize bolsa térmica para transportar produtos que precisam de refrigeração;

• Compre frutos do mar e pescados em locais fiscalizados e autorizados pela vigilância sanitária, pois são produtos mais suscetíveis à deterioração bacteriana;

• Higienize bem as mãos antes de preparar alimentos e fazer refeições;

• Observe as condições de higiene dos restaurantes e quiosques localizados na praia;

• Evite alimentar-se em locais que não estejam higienizados;

• Evite ingerir alimentos com molhos à base de ovos ou creme de leite, especialmente se não estiverem refrigerados.

 

Com as crianças todo cuidado é pouco!  

Nesta época do ano, junto com o verão vem o período das férias escolares, quando as crianças ficam mais expostas ao sol. Nesse momento os cuidados precisam ser redobrados em relação à proteção da pele, hidratação e alimentação.

As crianças devem beber muitos líquidos, principalmente água, e precisam ser estimuladas a sempre ter uma garrafinha de água, para facilitar e aumentar a hidratação.

Também é preciso aumentar na crianças o consumo de alimentos leves e refrescantes, frutas, legumes e verduras, além de evitar alimentos gordurosos, fast-food, frituras e bebidas industrializadas e açucaradas. “Para a alimentação, sempre dê preferência a frango e peixes, feijões e grãos com preparações simples, e sucos de frutas”, orienta a nutricionista.

 

 

Outros cuidados com as crianças no verão:

A exposição solar deve ser evitada entre l0h e 16h, pois nesse período os raios solares são mais intensos, e predomina a radiação ultravioleta-B, que é responsável pelo desenvolvimento do câncer da pele.

O melhor horário para a exposição ao sol é aé às 10h da manhã, e após as 16h, com o uso do filtro solar, roupas leves e chapéu. Nas crianças maiores é indicado também óculos de sol.

No verão os problemas mais frequentes em crianças são desidratação, diarreia, brotoeja, e também micoses e fungos ocasionados pela penetração de verme na pele, vindos das fezes de cachorros e gatos em terrenos arenosos, e reações de hipersensibilidade a picadas de insetos.

 

Dicas para evitar algumas doenças de verão nas crianças:

• Ingestão constante de água e sucos;

• Consumir alimentos saudáveis;

• Usar roupas com tecidos finos de algodão e cores claras, que armazenam menos calor;

• O filtro solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol, para que possa penetrar e agir adequadamente, e deve ser reaplicado a cada duas horas, e sempre que a criança sair do mar ou da piscina;

• Idades de 6 meses a 5 anos é recomendado o uso protetores infantis, que têm menos substâncias químicas;

• Ter muita atenção na higiene dos ambientes que  as crianças vão brincar.

 

Para ajudar a prevenir inchaços e formigamentos evite ficar muito tempo sentado e faça atividade física regularmente.