Saiba mais sobre a reeducação alimentar: para emagrecer e ter mais saúde
Diferente das dietas radicais, o foco da reeducação alimentar é a saúde e não só a perda de peso. Por esse motivo, é recomendada como base para qualquer tratamento de saúde porque traz benefícios reais em longo prazo. “Com certeza, é possível emagrecer fazendo reeducação alimentar. A grande questão é o tempo. Não adianta querer perder 15 kg em um mês, pois isso não é sinônimo de saúde”, alerta a nutricionista e terapeuta ayurvédica Sara Frediani, especialista em clínica funcional. Ela explica que a reeducação alimentar não é a maneira mais rápida para perder peso, mas é a mais duradoura, e não deve ter radicalismo, como acontece na maioria das dietas. “Para ser eficiente e promover uma nova adaptação não pode, por exemplo, cortar de vez, ou em definitivo, um alimento que se gosta muito”.
Tudo é permitido na reeducação alimentar, porém o fundamental é ter equilíbrio. De acordo com a nutricionista, podemos comer de tudo, mas não podemos comer tudo, ou seja, comer bolo de laranja pode, mas não pode comer o bolo inteiro. Claro que restrições mais severas podem acontecer quando se busca melhorar algum sintoma específico como, por exemplo, reduzir os alimentos cítricos de quem sofre com enxaqueca. Mas isso vai ser adaptado de pessoa para pessoa, por isso é importante que a reeducação alimentar seja feita e acompanhada por um profissional especializado.
Muitas dietas, por exemplo, fazem severas restrições ao carboidrato, mas sem orientação essa restrição pode prejudicar o organismo, alterando o funcionamento da tireoide e do intestino, além de provocar deficiências nutricionais. “Tem que pensar na perda de peso em longo prazo, pois só assim as mudanças ficarão muito mais leves e prazerosas. E dentro dessa reeducação, comer pizza no final de semana não vai atrapalhar o caminho que se busca”, avisa a nutricionista.
Comer o que gosta, mas com reeducação
A nutricionista explica que tudo pode continuar na alimentação, porém de forma saudável. A grande questão é a frequência e a quantidade, mas dá para mudar hábitos, manter essas mudanças por mais tempo, e ver os resultados em longo prazo, sem ficar no efeito sanfona provocado pelas dietas radicais. “Por exemplo, uma pessoa que ama muito chocolate, ou sorvete, ou pizza, não vai conseguir ficar sem consumir isso por muito tempo e, se tirar de vez da dieta, podem surgir sintomas de abstinência e compulsão, fatores que atrapalham o sucesso para emagrecer, e tiram a satisfação e o prazer em continuar”, explica.
Para conseguir mudar
As mudanças nos hábitos alimentares devem acontecer aos poucos, e uma boa maneira para isso dar certo é estabelecer metas, um passo de cada vez. Por exemplo: uma semana foca em beber mais água, na outra semana foca em reduzir o açúcar do café, na próxima reduz o refrigerante. No final de um mês talvez não se tenha perdido o peso desejado, mas com certeza vai melhorar sintomas que incomodavam, e um importante passo já terá sido dado para conseguir mudar hábitos fundamentais no objetivo de emagrecer e ter mais saúde.
Uma das primeiras orientações é, aos poucos, ir eliminando os produtos industrializados que não adicionam nenhum valor nutricional à nossa rotina: biscoitos, refrigerantes, suco de caixinha, barrinha de cereal. “Mas lembre-se, comida é afeto, sentimento, família. Ou seja, aquele biscoito amanteigado, com um café que você tomava com a sua avó no final de tarde e te faz tão bem, deve continuar, mesmo que em quantidade reduzida”, sugere a terapeuta.
Tem que ter proteína em todas as refeições: ovo, queijo, iogurte, frango, atum, carne ou proteínas vegetais como as oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes), tofu, etc.
Não é necessário fazer os lanches: faça se tiver fome ou sentir que isso pode realmente te ajudar.
A sua alimentação precisa se encaixar na rua rotina, e não a sua rotina na sua alimentação. Precisa ser algo possível de ser feito, por isso pense em longo prazo.
Também faz parte da reeducação alimentar
• Ao retirar os alimentos industrializados, deve-se focar na combinação dos alimentos e nos horários de comer
• Utilize temperos naturais
• Mude a forma de preparar os alimentos
• Varie as refeições ao longo da semana
• Ingira ao menos 2,5 litros de água por dia
• Mastigue os alimentos adequadamente
Comida de verdade
Fazer reeducação alimentar é simples, e é preciso pensar na comida de verdade. De acordo com a nutricionista, tem que tirar da cabeça que, para comer saudável precisa fazer dieta cara. “Não precisa de pão sem glúten, de biscoito sem açúcar, de macarrão que só vende na internet. Precisa é de comida de verdade”. E a comida de verdade é a básica, feita com o que se compra na feira. Depois, é só ir montando o cardápio com as combinações e quantidades de acordo com as orientações do nutricionista.
Dica de cardápio
Nessa opção simples de cardápio a nutricionista combinou carboidratos e proteínas pensando em mudança de hábitos. Mas lembre-se: é importante variar as opções consumidas ao longo da semana porque isso também faz parte da reeducação alimentar, que deve ser orientada de forma individualizada após uma consulta nutricional completa.
Café da manhã: inhame com ovos temperados com açafrão, e mamão com aveia e café preto com canela.
Almoço: vegetais crus temperado com azeite, limão, adicionando semente de gergelim; vegetais assados com alecrim, e feijão verde, arroz integral com brócolis e carne assada.
Lanche da tarde: uma fruta com castanha de caju.
Jantar: aipim assado com frango em cubos.
Ceia: kiwi com semente de chia e castanha do Pará, e chá de camomila.
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