Cuidado com as doenças cardiovasculares: são a principal causa de morte no mundo. Confira os fatores de risco e os sintomas

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa.

Com o aumento da expectativa de vida, as pessoas passaram a viver mais, mas ao mesmo tempo começaram a adquirir hábitos de vida pouco saudáveis, levando rapidamente ao aumento na prevalência de fatores relacionados à progressiva ocorrência das doenças degenerativas, entre as quais estão, principalmente, as cardiovasculares e os cânceres.

A doença cardiovascular mais comum é aquela que envolve a formação de placas de gordura nas artérias - a aterosclerose, responsável direta pela grande maioria dos infartos, derrames cerebrais (AVC) e amputações de membros inferiores.

O desenvolvimento da aterosclerose está relacionado à herança genética, mas, principalmente, à presença de fatores de risco adquiridos, o que significa que eles podem ser controlados, e a doença prevenida.

 

Fatores de risco

Estudos internacionais mostram que 90% das pessoas que tiveram doença cardiovascular têm ao menos um desses fatores:

Tabagismo

Sedentarismo

• Uso de drogas (principalmente cocaína), e esteroides anabolizantes

Hipertensão

Diabetes

• Colesterol alto

• Histórico familiar

 

Como perceber os sintomas

Os sintomas são variados, mas dependem, essencialmente, da localização e do grau da obstrução dos vasos, e da limitação do fluxo sanguíneo. Ás vezes é difícil diferenciar uma dor torácica de origem cardíaca de outras causas não perigosas, como problemas gastresofágicos e da caixa torácica, por isso é importante ver um médico imediatamente:

• Obstruções nas artérias coronárias podem causar angina - dor na parte anterior do tórax, que surge com algum esforço físico ou estresse emocional, mas passa com o repouso

• Quando a angina ocorre sem esforço físico, e dura mais que 20 minutos, existe a possibilidade de se tratar de um infarto, o que requer avaliação imediata em uma sala de emergência

• Se a obstrução for nas artérias do cérebro, o indivíduo pode apresentar sintomas neurológicos, como fraqueza ou dormência de um lado do corpo, ou dificuldades para compreender ou falar. Esses sintomas são sugestivos de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e, assim como o infarto, deve ser tratado imediatamente no hospital

• Outros sintomas também podem ocorrer, como cansaço ao fazer esforço e desmaios, mas este menos frequente

 

Prevenção e tratamento

Prevenção cardiovascular envolve duas etapas: a avaliação do risco para um infarto ou AVC, e o controle dos fatores de risco. Na maioria das vezes, isso exige uma consulta médica, alguns exames complementares simples, seguidos de mudanças no estilo de vida e, em algumas circunstâncias, o uso de medicamentos. Mas é importante fazer visitas periódicas ao médico, ou checkup, para a elaboração de estratégias de prevenção.

Para o tratamento, normalmente o uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida são suficientes, mas o ideal é que o controle, ou combate, dos fatores de risco se inicie antes que haja doença clínica, ou em fase subclínica (sem sintomas ou complicações).

Quando se registra uma complicação aguda, como o infarto ou AVC, o foco inicial do tratamento é abrir as artérias obstruídas e reestabelecer o fluxo de sangue para o coração e o cérebro, respectivamente. Isso precisa ser feito de forma rápida e efetiva para evitar sequelas clínicas e danos permanentes a esses órgãos.

 

 

Fontes consultadas:
Cardiologista Eduardo Darzé, diretor médico e coordenador do Serviço Cardiovascular do Hospital Cárdio Pulmonar, em Salvador;
Cardiologista Gilson Feitosa, diretor do Hospital Santa Izabel, em Salvador, e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.