Osteoporose: doença silenciosa que interfere na qualidade de vida

A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas, principalmente na coluna, no quadril e nos punhos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a osteoporose um grave problema de saúde pública por sua prevalência crescente, e com graves repercussões clínicas e sociais.  

É a principal causa de fraturas nos idosos, levando à incapacidade funcional, ao sofrimento e à perda da qualidade de vida, além de desorganização social na família. No Brasil, a OMS estima que 10 milhões de pessoas sejam portadores da doença.

É considerada uma patologia assintomática e silenciosa nos estágios iniciais e, de acordo com alguns especialistas, um dos fatos que contribui para isso é a falta de investigação adequada da doença, tanto por parte dos pacientes quanto dos médicos.

A dor vertebral, assim como a deformidade que a osteoporose provoca na coluna, é, muitas vezes, ignorada. Os especialistas orientam que idosos e pessoas com epidemiologia positiva devem realizar triagem periodicamente.

Alguns sinais que indicam a doença:

• Dorsalgia (dor nas costas);

• Dor crônica nas articulações

• Causa microfraturas (dores) que produzem deformidade vertebral que pode levar à diminuição da altura e aumento da cifose torácica (a famosa “corcunda” - quando a parte superior das costas parece mais arredonda do que o normal);

• Pode causar fraturas por fragilidade em qualquer osso, sendo o mais comum são nas vértebras, fêmur, punho e braço.

Atinge mais as mulheres

Estudos relatam que as mulheres (especialmente as de pele branca) têm risco de desenvolver a osteoporose, em média, 10 anos antes dos homens; e 50% das mulheres desenvolvem a doença ao longo da vida, enquanto nos homens a incidência é de 13 a 25%.

A explicação para a doença atingir mais as mulheres é a queda dos estrógenos depois da menopausa, fazendo surgir um desequilíbrio precoce entre formação e reabsorção óssea, o que facilita a instalação da doença.

 

As causas

Ser mulher e/ou idoso são fatores de risco para a osteoporose, mas alguns hábitos de vida contribuem para o surgimento da doença;

• Uso de bebida alcoólica;

Tabagismo;

• Baixo índice de massa corpórea (IMC);

• Baixa ingestão de vitamina D e Cálcio;

Sedentarismo;

• Uso de algumas medicações como glicocorticoides, imunossupressores, heparina, ou anticonvulsivante.

 

Prevenção

As mulheres devem iniciar a investigação da osteoporose a partir dos 45 anos. E, como regra geral, todos devem se preocupar a partir dos 65 anos.  

Mas isso não quer dizer que a prevenção não deva existir na fase mais jovem. Segundo os especialistas, hábitos saudáveis durante a vida são essenciais para a prevenção:

Manter uma alimentação saudável;

Praticar atividade física;

• Evitar o tabagismo;

• Evitar o uso de drogas ilícitas;

• Evitar o consumo de bebida alcoólica;

• Ingerir cálcio - através de leite e derivados, e através de verduras de folhas verdes escuras, como brócolis, couve e espinafre;

• Evitar carne vermelha, refrigerante, café e sal;

• Expor-se ao sol de forma moderada. Os raios violetas sobre a pele estimulam a produção de vitamina D, fundamental para a absorção do cálcio pelo organismo.

 

 

Tratamento

O diagnóstico e o planejamento terapêutico são baseados na densitometria óssea e na dosagem laboratorial dos marcadores de formação e reabsorção óssea. Na confirmação do diagnóstico a classe de medicamento mais utilizada são os bifosfonatos, que previnem a diminuição da densidade mineral óssea.

 

Casa que tem idoso precisa de cuidados

O Ministério da Saúde dá algumas dicas para deixar a casa mais segura para o idoso, e evitar quedas:

• Os tapetes devem ser de borracha ou antiderrapantes;

• A altura da cama deve permitir que a pessoa possa apoiar os pés no chão - para evitar tonturas;

• A mesa de cabeceira deve ser 10 cm mais alta do que a cama, e com bordas arredondadas. Se possível, deve ser fixa, no chão ou na parede, evitando que se desloque caso a pessoa precise se apoiar nela;

• Os interruptores de luz devem ser próximos à cama – ou colocar um abajur na mesa de cabeceira;

• Pisos de banheiro, corredores, cozinha, área de serviço, pátio e quintal devem ser antiderrapantes;

• No box do chuveiro é aconselhável colocar barras de apoio;

• Os degraus das escadas devem ser marcados com fitas antiderrapantes, e o corrimão deve ter altura média de 80cm.

 

 

 

Fontes consultadas: Fernando Cal Garcia Filho, chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Martagão Gesteira, e professor de Ortopedia do curso de Medicina da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC); Marcos Almeida Matos, coordenador científico da residência em Ortopedia e Traumatologia do Hospital Santa Izabel, e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública; Ministério da Saúde.