Verdades e mentiras sobre os adoçantes

Se os adoçantes fazem ou não mal à saúde ainda rende questões polêmicas e não há estudos que comprovam tudo que se fala sobre eles.

Mas a orientação do Ministério da Saúde, e os órgãos de saúde em geral, é que, se for necessário trocar o açúcar por adoçante, seja qual for o motivo, que o adoçante seja apenas um caminho, e não a solução final. Ou seja, é necessário reduzir o consumo gradualmente, até retirá-lo por completo da alimentação, para que o paladar se adapte cada vez mais ao sabor natural dos alimentos.

De acordo com a nutricionista Jessica Ferreira, alguns estudos sugerem que os adoçantes não nutritivos (zero calorias) causam efeitos nas habilidades reprodutivas, bem como no feto em desenvolvimento, assim como alguns estudos também indicam que a sucralose estimula a hiperinsulinemia e o aumento da absorção de glicose no intestino, além de disfunção da tireoide, parto prematuro, fratura, hiperatividade e insônia.

Mas a nutricionista explica que ainda são necessários estudos que comprovem esses indícios. “Esses adoçantes são considerados seguros por vários órgãos reguladores e comunidades especializadas em todo o mundo, embora adoçantes criados em laboratório, ou que apresentaram efeitos em alguns estudos, são menos indicados. Porém, o consumo de acessulfame de potássio, ciclamato e sacarina são considerados seguros em doses adequadas”, explica a nutricionista.

 

Aspartame

Considerado nutritivo. Composto de dois aminoácidos naturalmente encontrados nos alimentos, ele adoça 200 vezes mais do que o açúcar, mas não suporta altas temperaturas (perde as propriedades), então não é recomendado seu uso para cozinhar.

É contraindicado para quem tem fenilcetonúricos (doença rara, congênita e genética), gestante e lactente. Recomenda-se dose de até 10 gotas/Kg/dia.

 

Sacarina e ciclamato

Considerados não nutritivos. Quase sempre usados juntos, são adoçantes artificiais e resistem a altas temperaturas. Têm poder de adoçar 300-500 vezes mais que o açúcar.

Contraindicado para hipertensos. Recomenda-se em média 6-12 gotas/dia ou um envelope ou sacarina: 5mg/Kg; Ciclamato: 11mg/kg.


Stévia

Considerado não nutritivo. Adoçante natural, extraído de uma planta nativa da fronteira do Brasil com o Paraguai. Tem sabor amargo e adoça 300 vezes mais que o açúcar. Recomenda-se 7 gotas, ou até 4mg/Kg.


Sucralose

Considerado não nutritivo. Elaborada a partir da modificação da molécula do açúcar, não é absorvida pelo organismo. É 600 vezes mais doce que o açúcar. Recomenda-se até 18 gotas ou 5mg/kg.

 

Acessulfame de potássio

Considerado não nutritivo.  É 200 vezes mais doce que o açucar. Pode suportar altas temperaturas de cozimento.

É contraindicado para doença renal. Recomenda-se até 9-15mg/kg.

 

Taumatina 

Considerado não nutritivo. É uma mistura de proteínas com fortes ligações de dissulfeto, encontrada em uma fruta na África. Confere um sabor intensamente doce e atua como intensificador de sabor. Sem dose recomendada.

 

Dietéticos e diabetes

Segundo a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), existem dois tipos de adoçantes: dietético e não dietético. No entanto, ambos são formulados para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas.

Os adoçantes dietéticos possuem doçura, mas não levam sacarose na composição. Eles são feitos especialmente para pessoas com restrição de carboidratos simples, como os diabéticos. Já os demais adoçantes não dietéticos têm como base principal a sacarose (açúcar de cana).

A nutricionista explica que os adoçantes mais indicados para os diabéticos são os que têm como base a stévia, ou a taumantina ou o eritritol por serem produzidos a partir de fontes alimentares naturais. “O eritritol e a stévia conferem resposta glicêmica reduzida, e além disso o eritritol também tem efeito prebiótico e risco diminuído de cárie. E até o momento essas substâncias não demonstraram efeitos prejudiciais”.

E os menos indicados são os que apresentam em sua composição substâncias químicas criadas em laboratórios como o aspartame, o ciclamato de sódio, a acessulfame de potássio e a sacarina. “Esses têm apresentado efeitos adversos apontado em alguns estudos e por isso não são indicados”, alerta a nutricionista.

 

 

Destacamos algumas verdades e mentiras, mas antes de trocar o açúcar pelo adoçante consulte um médico ou nutricionista.

Como os adoçantes não contêm calorias pode ingerir o quanto quiser. Mito.

As agências reguladoras delimitam as doses seguras que evitem efeitos adversos.

 

Adoçantes causam câncer. Parcialmente mito.

Há indícios testados em doses elevados em ratos, porém não há comprovação de câncer em humanos.

 

Adoçante engorda. Parcialmente mito. 

São necessários mais estudos em humanos para comprovar.

 

Crianças não devem consumir adoçantes. Parcialmente mito.

Pode ser recomendado para crianças com condições de saúde específica, como diabetes, obesidade infantil, histórico grave de cárie dentária ou qualquer outra condição em que seja necessário restringir a ingestão de açúcar.

 

A stévia é inofensiva à saúde. Verdade. 

Mas é necessário conferir os rótulos dos adoçantes, já que  algumas marcas vêm com outro adoçante adicionado.

 

Grávidas não devem ingerir adoçantes. Parcialmente verdade.

É necessário em caso de diabetes gestacional. Em alguns adoçantes os estudos indicam malformação fetal, porém ainda são inconclusivos. São necessários mais estudos em humanos para comprovar efeitos.

 

Adoçantes podem ser consumidos por qualquer pessoa. Parcialmente verdade.

“Pode, desde que em doses seguras, recomendadas pelas agências reguladoras, e devidamente indicadas para cada indivíduo, considerando a fase da vida e condição clínica de saúde”, alerta a nutricionista.

 

A sucralose não faz mal à saúde. Parcialmente verdade.

Alguns estudos indicam que a sucralose estimula a hiperinsulinemia e o aumento da absorção de glicose no intestino, além de disfunção tireoidiana, parto prematuro, fratura, hiperatividade e insônia. Porém, são necessários mais estudos controlados que comprovem.

 

Alguns adoçantes são nutritivos. Verdade.

Os adoçantes são classificados como nutritivos e não nutritivos. Adoçantes que têm como base frutose e sorbitol, e até aspartame, fornecem energia e textura aos alimentos.  Já adoçantes feitos com sacarina, ciclamato, acessulfame-k, sucralose e esteviosideo fornecem doçura acentuada, mas não contêm calorias. “Os adoçantes não nutritivos não oferecem energia, ou energia insignificante como é o caso do aspartame. E como adoçam com pouco volume, também podem ser chamados de adoçantes de alta intensidade”, esclarece Jessica.

 

Há mais de 20 tipos de adoçantes. Verdade.

Embora alguns adoçantes sejam mais conhecidos e consumidos, como a sacarose e o aspartame, no Brasil existem diversos tipos de adoçantes disponíveis no mercado.  Entre os mais conhecidos, estão os adoçantes feitos com acessulfame-k, aspartame, sacarina, neotame, sucralose, alitame, ciclamato, stevia, sacarose, e os novos adoçantes chamados polióis (que substituem o açúcar) como o eritritol, o sorbitol e o xilitol, mais presentes em alimentos industrializados.

 

Nem todo adoçante pode ser usado na culinária. Verdade.

Adoçantes que têm como base o aspartame não são recomendados em receitas que vão ao forno, fogão ou micro-ondas, uma vez que a ligação entre os aminoácidos presentes na composição do aspartame se rompem, provocando perda do sabor doce em altas temperaturas.