Osteopatia: muito indicada para dores nas costas e outros problemas

Descoberta há 146 anos pelo médico americano Andrew Taylor, a osteopatia é um método de diagnóstico e tratamento que utiliza recursos manuais para uma abordagem terapêutica do corpo e suas dores. O foco maior da osteopatia está na origem da dor e não onde ela está localizada. Dessa forma, quando se utiliza o método, entende-se que a dor não é a causa principal da lesão, mas que elas podem ser ocasionadas devido a um desequilíbrio.

Atualmente, é muita utilizada para dores nas costas, problema que atinge 36% da população brasileira, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Mas de acordo com a fisioterapeuta integrativa Maria Eugênia Senra Vieira, especialista em osteopatia pela Escola de Osteopatia de Madrid, na Espanha, todo e qualquer tipo de dor, seja ela aguda ou crônica, pode ser tratada pela osteopatia. “Dores cervicais, torácicas ou lombo-sacras normalmente apresentam excelentes resultados”, esclarece ela, explicando que a osteopatia só é contraindicada em casos de metástase em geral, e estados de caquexia, porque a pessoa não terá de onde tirar recursos para seu restabelecimento. 

 

Problemas mais comuns por quem procura a osteopatia

 

• Dores na coluna

• Dores nas articulações

• Torcicolos

• Labirintites

• Hérnia de disco

• Dores de cabeça e nas articulações tempero-mandibulares (ATM)

• Problemas digestivos

• Problemas pulmonares

• Distúrbios do sono

• Sistema nervoso

• Ansiedade e depressão

 

A metodologia da osteopatia é baseada no conhecimento aprofundado da anatomia, fisiologia, biomecânica e fisiopatologia do corpo humano, o que permite ao osteopata identificar e tratar disfunções de mobilidade dos tecidos corporais (articulações, ligamentos, músculos, nervos, vasos, vísceras, membranas, entre outros). Do ponto de vista osteopático, a alteração de mobilidade tecidual participa do comprometimento da função, não só do tecido disfuncional, mas também de todo o organismo que com ele interage.

 

É preventiva

A especialista esclarece que a osteopatia pode ser aplicada mesmo sem sintomas aparente, uma vez que é um tratamento preventivo, que vai regular todo o corpo, mesmo que a pessoa ainda não esteja tendo sinais. “Normalmente, para quem não tem sintomas físicos ou emocionais, o que no mundo de hoje é muito difícil, o recomendado é uma visita ao osteopata pelo menos duas vezes ao ano”, indica a especialista.

 

 

Tratamento

Tanto a avaliação como o tratamento osteopático são realizados com técnicas manuais específicas, elegidas pelo osteopata e voltadas para cada tipo de tecido, sistema, patologia e paciente, tornando-se, desta forma, um tratamento único e individualizado.

O tratamento se inicia com uma anamnese, que é uma série de perguntas e testes clínicos a fim de determinar a cadeia lesional: de onde vem a queixa e o trajeto da lesão, mais especificamente onde começa o problema. Segundo a especialista, é esse o local que deve ser primeiro abordado.  “Por exemplo: se a paciente tem uma cicatriz cesárea, que é uma área de hipomobilidade, com pouco movimento, a lombar irá se manter hipermóvel para compensar, e a paciente terá dores na lombar. Então, neste caso, tem que tratar a cicatriz para melhorar a dor lombar”, explica.

Segundo os osteopatas, o que está gerando a dor em uma pessoa pode ser um problema diferente do que está gerando a mesma dor em outra. Por isso, o tratamento tem que seguir uma individualidade biológica. “O objetivo principal da osteopatia é a regulação do corpo - sua homeostase. Trata-se o indivíduo como um todo, liberando todos os obstáculos, seguindo a anatomia e fisiologia humanas, que estão obstruindo o funcionamento perfeito do corpo”, explica a osteopata.

A depender da anamnese, a recomendação de tratamento é uma ou duas vezes na semana no primeiro mês, e aos poucos vai espaçando, até chegar a uma ou duas visitas mensais. “Tudo vai depender do sintoma e do perfeito equilíbrio para o corpo alcançar a melhora”, explica a especialista.

De acordo com a Associação dos Osteopatas do Brasil (AOB), embora, pedagogicamente, a osteopatia seja dividida em musculoesquelética, visceral e craniana, é importante reforçar que esta divisão é estritamente didática e que a verdadeira osteopatia é aquela que respeita o princípio da unidade do corpo, onde todos os componentes da estrutura interagem (articulações, músculos, fáscias, vísceras, sistema nervoso etc).

 

Contraindicação

A osteopatia é contraindicada nos casos de infecções generalizadas, metástase (para não disseminar através dos vasos sanguíneos), e em casos de caquexia onde não haverá como o corpo tirar forças (recursos) para sua recuperação. Em fraturas e fissuras deve ser aplicada somente manobras leves à distância.

 

 

Leia também:

Dores nas costas - entenda melhor e saiba o que fazer 

Saiba mais sobre a microfisioterapia

13 dicas de automassagem para aliviar dores e tensões

Acupuntura no tratamento de câncer e outras doenças 

Os benefícios das terapias alternativas